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TAAG aposta na ligação entre o Porto e Luanda

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A companhia aérea angolana TAAG é a única a operar um voo direto entre o Porto e uma capital de um país de expressão portuguesa em África, e está agora a apostar numa campanha para promover a ligação. A estratégia, que contempla três ligações semanais entre as duas cidades, é "uma aposta segura e positiva", justificada pela afirmação da cidade do Porto à escala internacional, ao longo dos últimos anos. Nesta equação, contabiliza-se ainda a dimensão afetiva entre países-irmãos que importa manter, bem como as potencialidades turísticas do destino.

Em 2011, a TAAG agarrou uma folga da concorrência e lançou asas ao caminho para a criação da rota Porto-Luanda. Se, nesses primeiros anos, presidiu ao investimento o grande volume de viagens de negócios para Angola que, entretanto, esmoreceu, de há uns anos a esta parte, o pêndulo balança para a atratividade granjeada pela Invicta. Eleita melhor destino europeu por três vezes (em 2012, 2014 e 2017), a cidade do Porto ganhou protagonismo e é agora, também ela, força de tração para as operadoras aéreas - como, aliás, se tem observado pelo crescente número de companhias de bandeira e outras tantas low-cost que se têm instalado no Aeroporto do Porto (o caso mais recente é o da United Airlines que, iniciou este fim de semana a ligação aérea Porto-Nova Iorque).

É neste quadro de reconhecimento de uma cidade "vibrante, interessante e culturalmente ativa", que a aposta da TAAG se tem intensificado: por semana, há três voos que ligam o Porto à capital angolana, às terças, quintas-feiras e sábados; e, no sentido inverso, as partidas do Aeroporto Internacional de Luanda - 4 de Fevereiro realizam-se às segundas, quartas e sextas-feiras. Este posicionamento, reforçado pelo oportuno claim (slogan) "Com a TAAG, adormeça no Porto e acorde em Luanda", aliada a preços competitivos, tem garantido à companhia de bandeira uma forte presença no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no segmento dos voos entre o Porto e os PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa). De acordo com dados do aeroporto, a que o PressTUR teve acesso, em 2017 a TAAG foi mesmo a transportadora aérea responsável pela esmagadora maioria das deslocações entre o Porto e África, através do voo Porto-Luanda.

Existe, portanto, uma dimensão simbólica e, simultaneamente, estratégica, que Fernando Jorge Santos, chefe de escala da TAAG no Porto, não nega. "Somos países-irmãos, temos muitas raízes com Angola", para além de que, financeiramente falando, "o balanço tem sido positivo". Como afiança ao Porto., "só no ano anterior, transportámos a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro mais de 36 mil passageiros, o correspondente a um aumento de 15%". Para 2018, adianta, a expectativa é de, pelo menos, manter o mesmo ritmo de crescimento.

No ano em que comemora 80 anos de existência, a TAAG pretende também explorar Luanda como hub (ponto de rotação) para outros destinos dentro do continente africano. Isto porque os passageiros do Porto começam a aguçar o interesse turístico por Angola e, face a esta nova tendência, a companhia aérea 100% detida pelo Estado angolano decidiu alargar o seu leque de oferta, providenciando mais rotas para África a partir de Luanda, "concretamente Joanesburgo, Cape Town, Maputo e Vinduque, na Namíbia", detalha o responsável.

Em março de 2017, Rui Moreira alertava para o facto de ser necessário começar a pensar na expansão do Aeroporto do Porto que, ao ritmo de crescimento assinalado, no prazo máximo de dois anos atingiria o limite da sua capacidade - 11 milhões de passageiros por ano (no final de 2017, como previsto pelo presidente da Câmara do Porto, o recorde dos 10 milhões de passageiros foi alcançado).

Após a intervenção do autarca no ano anterior, a ANA - Aeroportos de Portugal anunciou a expansão da infraestrutura, com fortes investimentos que contemplam uma nova área de controlo de segurança (inaugurada em março de 2018), o aumento de número de movimentos na pista e mais pontos de check-in.