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STCP lança concurso para aquisição de 81 novos autocarros a gás natural

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A STCP - Sociedade de Transportes Coletivos do Porto continua a renovar a sua frota e apostar em veículos ambientalmente sustentáveis. Na tarde desta sexta-feira, em cerimónia realizada no Museu do Carro Elétrico, mostrou-se como está este investimento superior a 19 milhões de euros também a apoiar a mudança de paradigma nas deslocações metropolitanas.

"Aquilo que está a suceder no transporte público é uma verdadeira revolução", declarou o presidente da Câmara do Porto durante a iniciativa promovida pela STCP para anunciar a segunda fase de renovação da sua frota, correspondente a 62 autocarros low-floor e a 19 autocarros low-entry, num investimento de cerca de 19,68 milhões de euros para aplicar entre 2020 e 2021.

Na cerimónia, onde também marcou presença o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, entre outros autarcas e personalidades, Rui Moreira analisou um passado relativamente recente.

"Há cerca de três anos e meio, não imaginaríamos estar hoje aqui", disse, recordando que o Estado queria avançar com a privatização da STCP, mas que por decisão do atual Governo o processo reverteu-se, passando a gestão direta da empresa para os seis municípios onde a rede opera (Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar e Valongo).

Na senda da "qualificação do transporte público", fator crucial para a sustentabilidade ambiental e também para a sustentabilidade financeira das famílias, o autarca sublinhou que "o grande esforço da STCP" vai ao encontro ao desígnio da Área Metropolitana do Porto (AMP) de mitigar o uso do transporte individual.

"Estamos irmanados neste esforço. Podemos ter as nossas querelas, mas quando é necessário remamos todos absolutamente no mesmo sentido", assentiu o presidente da Câmara do Porto em relação aos 17 municípios que compõem a AMP.

A afirmação de Rui Moreira dirigia-se também e sobretudo a Eduardo Vítor Rodrigues que, enquanto presidente da Área Metropolitana do Porto, tem conciliando posições neste vasto dossiê da mobilidade. Na sua intervenção, o também autarca de Gaia assinalou que "a equipa [da AMP] tem trabalhado em velocidade cruzeiro, mas sem precipitações", no que considerou serem "tempos particularmente marcantes no domínio dos transportes".

Aproveitando o momento, informou que "em apenas 12 dias volvidos da aplicação do passe único metropolitano, já há 20 mil novos aderentes", num mês considerado "difícil" por coincidir com férias escolares e com a Páscoa.

Em representação do Governo e enquanto ministro que tutela a pasta dos transportes, João Pedro Matos Fernandes destacou que "dois terços da frota [da STCP] vão ser renovados".

Na celebração do primeiro Dia Nacional do Ar, o governante salientou a "grande performance ambiental das novas viaturas" e anunciou que é intenção do Governo entregar totalmente a gestão da STCP aos municípios, recordando ainda que para a AMP estão sinalizados 800 milhões de euros para o investimento na rede de transportes coletivos, no âmbito do próximo ciclo comunitário.

Vida média dos autocarros desce dos 16 para os 6 anos

Segundo indicou o presidente do Conselho de Administração da STCP, Paulo Azevedo, 53% do financiamento para a aquisição destes 81 autocarros movidos a gás natural é assegurado por fundos comunitários do POSEUR - Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos.

O lançamento deste concurso não é ainda o 'fim da linha' na renovação da frota, mas uma parte substancialmente importante, admitiu. Globalmente, a operação implica a aquisição de 269 autocarros nos próximos dois anos, tendo o último anúncio sido o da compra de 86 autocarros elétricos.

Relativamente a prazos, o presidente da STCP estima que "as primeiras viaturas cheguem no quarto trimestre de 2020 e que as últimas comecem a circular no quarto trimestre de 2021".

Com esta prioridade estratégica, a operadora de transportes públicos do Porto garante que a "vida média de cada veículo passa a ser de seis anos e meio", quando antigamente rondava os 16 anos.