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Shopping Brasília faz 43 anos a pensar em vida nova

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O 43.º aniversário do mais antigo centro comercial da Península Ibérica está a torná-lo... mais jovem e moderno. Inovador quando nasceu ao introduzir o conceito de escadas rolantes neste tipo de empreendimento, o Brasília quer voltar a ser o centro das atenções e conta com o contributo de alunos da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e da Escola Superior de Artes e Design.

"Um novo Brasília está a nascer" é o anúncio do que aí vem e que inclui um rebranding, um novo conceito e novo posicionamento para o centro comercial inaugurado a 9 de outubro de 1976. Desde logo, as cores mantêm-se (verde, amarelo e vermelho), mas as palavras "shopping center" são suprimidas e o nome fica como sempre foi conhecido pelos portuenses: "Brasília".

O património histórico não é, por isso, desperdiçado - são aquelas as escadas rolantes do tema "A rapariguinha do shopping" de Carlos Tê, que abriu o primeiro álbum de Rui Veloso ("Ar de Rock") - e o Brasília quer até recordar que desde há mais de quatro décadas "Faz parte" (é este o slogan) da história da cidade. Mas aposta agora em dar continuidade ao comércio de rua, passando a ser uma galeria comercial com lojas não massificadas e de nicho.

Luís Pinho, da empresa de gestão do condomínio que lidera a reabilitação da "nova" galeria comercial, aponta a prioridade para a abertura de garrafeiras, lojas de arte, mercearias, lojas de economia circular, produtos biológicos, chocolatarias e outras de caráter exclusivo e personalizado.

Após a concretização destes projetos, Luís Pinho acredita que o Brasília vai voltar a ficar na moda e tornar-se novamente ponto de paragem obrigatória. E a opinião é corroborada por Ricardo Valente, vereador da Câmara do Porto com o pelouro da Economia, Turismo e Comércio, para quem "o Brasília tem todas as condições para se reposicionar, para renascer", desde que "olhe para o futuro", já que a "dinâmica da cidade de hoje é diferente". Como destaca, a galeria comercial beneficia também do facto de ter "uma localização privilegiada" e que sê-lo-á ainda mais com "a construção da segunda linha de Metro" a passar na Boavista.

Para já, o centro comercial da Rotunda da Boavista prepara a mudança com um concurso de ideias para a requalificação, ao qual chamou os estudantes da FAUP e da ESAD para repensar a iluminação, os sanitários, a reorganização do espaço, a criação de novas áreas comuns e a comunicação digital.

As obras poderão estar concluídas dentro de um ano e meio, restando saber o futuro do mítico Cinema Charlot, que reabriu no final da semana passada para a apresentação das novidades e que poderá manter-se como espaço cultural e/ou de eventos empresariais, como pretende a empresa gestora do condomínio que conseguiu agregar comerciantes e proprietários dos cerca de 270 espaços neste projeto comum.