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Rui Moreira revela números do centralismo na saúde

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O Estado gastou entre 2012 e 2014, a regularizar dívidas em atraso a fornecedores nos hospitais de Lisboa e Vale do Tejo, mais de 1,4 mil milhões de euros, o que é mais do que em todo o resto do País. Na região da capital vivem 3,3 milhões de pessoas, no resto do país vivem 6,6 milhões, ou seja, o dobro. Os números foram revelados quarta-feira à noite, na RTP, por Rui Moreira que demonstrou também que a região Norte foi aquela em que o Governo gastou menos dinheiro por habitante no mesmo período e para o mesmo efeito. O Secretário de Estado da Saúde reagiu meia hora mais tarde, culpando o Governo anterior pela situação.

O autarca do Porto fez estas revelações durante o programa "Três Pontos", de que é protagonista todas as quartas-feiras, tendo levado esta semana consigo António Ferreira, presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João e em que o tema da saúde foi debatido.

Rui Moreira admitiu que esta situação possa derivar do facto dos hospitais do Norte serem melhor geridos e gerarem menos dívida, mas afirmou que não se pode sistematicamente penalizar o mérito, apesar de reconhecer competência ao Ministro da Saúde, Paulo Macedo.

António Ferreira advogou que os gestores hospitalares devam ser responsabilizados pelos seus actos de gestão, nomeadamente, com a demissão, caso demonstrem incapacidade para gerir os hospitais e pediu mais autonomia para a administração dos hospitais.

Meia hora depois, já o Secretário de Estado da Saúde, Fernando Leal da Costa, reagia às declarações de Rui Moreira, durante a "Grande Entrevista", também na RTP Informação. Sem negar os números nem desmentir as assimetrias denunciadas pelo autarca, reconheceu que os hospitais da região de Lisboa possuíam mais dívidas a que o Governo acudiu, mas atribuiu as culpas ao Governo anterior.

Assista aqui ao programa "Três Pontos" na íntegra e (abaixo) à resposta do Secretário de Estado.