Política

Rui Moreira e António Costa debatem os novos desafios para o Portugal do Futuro

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O tema "Portugal, que Futuro?" foi o mote do almoço promovido hoje pelo histórico Clube Fenianos Portuenses e que contou com a presença do Presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e do Primeiro-Ministro, António Costa.

Perante uma plateia que incluía personalidades do mundo académico, cultural, científico, empresarial e político, Rui Moreira e António Costa abordaram temas prementes para as sociedades atuais, como a relevância da sustentabilidade, as alterações climáticas, a digitalização e os novos paradigmas e desafios que se colocam às cidades e ao país.

"Conseguimos passar de uma crise terrível sem grandes convulsões e conseguimos colocar portugueses em lugares-chave em instituições fundamentais", afirmou Rui Moreira numa clara alusão ao papel que Portugal pode e até já desempenha na Europa.

Nesse campo, "o selo português é hoje de garantia", enfatiza Rui Moreira, numa referência aos sucessos individuais e coletivos dos portugueses.

Em véspera de eleições, o autarca lembrou que, apesar dos elevados níveis de abstenção, a imagem dos políticos tem resistido, ao contrário do que se verifica noutras geografias.

Tudo isto apenas é possível se houver sustentabilidade e, para Rui Moreira, há uma sustentabilidade fundamental que deve nortear as sociedades: a da governância. "Não vamos ser capazes de fazer nada no ambiente, na economia, se não tivermos sustentabilidade na governabilidade no país e nas instituições", defendeu.

Alertando para os perigos da ausência do Estado que, em muitos países, permitiu "abrir a porta aos populismos", o presidente da Câmara destacou também a importância de o Estado assegurar a sua capacidade "de ser credível", algo apenas possível se "estiver presente e se souber ocupar o seu território".

Por seu turno António Costa colocou as temáticas da transição para a cidade digital e o combate às alterações climáticas como eixos centrais da intervenção. Temas estes que, como referiu, são as grandes prioridades de futuro na agenda da portuense Elisa Ferreira, Comissária Europeia para as questões da Coesão e Reformas.

O caminho para o digital é apontado como "enorme oportunidade para as empresas, para a Administração Pública se reformar e para as cidades". Contudo, acautela António Costa, pode também ser um "novo fator de assimetrias" e, como tal, é necessário "investir nos recursos humanos do nosso país".

Sobre as alterações climáticas, António Costa sustenta que há "um risco efetivo de nada fazermos", o que pode ter repercussões ao nível de fenómenos como incêndios, desertificação e erosão da costa.

Atendendo aos novos desafios ao nível da transição digital, o Primeiro-Ministro destacou a importância das cidades como "os maiores centros de conhecimento", sendo por isso imperativo que "cada vez mais na organização do Estado haja uma parceria muito forte entre a Administração Central e a Administração Local, por via da descentralização".

O almoço-debate ficou marcado também pela expressão recíproca de uma amizade, com mais de duas décadas, entre o Primeiro-Ministro e o Presidente da Câmara. Uma relação pessoal com reflexos num trabalho, nem sempre fácil, mas de permanente articulação entre Poder Central e Poder Autárquico e que tem dado os seus frutos, como o recente processo da intermunicipalização da STCP.