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Rui Moreira defende que a Cultura é um excelente investimento e dá provas

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Os resultados da aposta na Cultura foram hoje utilizados pelo presidente da Câmara do Porto para explicar, numa conferência no Coliseu Porto Ageas, o que deve ser o papel do Estado e dos privados neste domínio.

Em mais uma sessão do ciclo "Viver bem", promovida pelo Grupo Ageas Portugal e o jornal Expresso, o tema era especificamente a iniciativa privada, mas Rui Moreira mostrou que o melhor caminho é feito pela articulação entre privado e público, nomeadamente com a orientação pelos eleitos e a ação pelos privados.

Estabelecendo a comparação com uma orquestra, o autarca disse que "o presidente da Câmara não deve tocar um instrumento, mas antes ser o maestro" e dar as orientações aos privados, criadores e outros agentes. Na sua opinião, "o município deve ser propiciador e programador", garantindo a sustentabilidade dos equipamentos e estabelecendo parcerias.

Além de aproveitar para elogiar "a presença essencial da Ageas na cidade" enquanto parceiro que permitirá viabilizar o Coliseu, Rui Moreira deu vários outros exemplos que demonstram o valor da associação entre autarquia e iniciativa privada: a reabilitação da Torre dos Clérigos e "o sucesso em que se transformou nos últimos anos, levando-nos até a acelerar a pedonalização da Rua das Carmelitas"; a Livraria Lello, que é "um autêntico case study"; o êxito da parceria dos festivais DDD e FITEI, que estão a decorrer com grande exposição para os criadores nacionais e "registam taxas de público da ordem dos 90%"; "as salas cheias com a ópera no Coliseu, com os espetáculos no Rivoli e com os concertos na Casa da Música".

Num painel em que participaram também as responsáveis de marketing do Grupo Ageas, Inês Simões, e da Galp, Joana Garoupa, bem como o empresário Álvaro Covões, o presidente da Câmara falou ainda em Serralves como a exceção até agora em termos de museus bem-sucedidos no Porto. Rui Moreira lembrou, aliás, que a Câmara está a investir em Serralves e também no Museu da Cidade, um equipamento policêntrico que integra vários equipamentos.

Por outro lado, o autarca lamentou a ação "apagada" de equipamentos culturais geridos pelo Estado Central, como o Museu Nacional Soares dos Reis ou o Centro Português de Fotografia, e mostrou mesmo interesse em potenciar a exploração deste último.

No respeitante ao Património, tal como para as autarquias, Rui Moreira defendeu também a existência de uma competência central em termos do Estado, mas associando-a aos municípios. Explicou, por exemplo, que estes deviam poder articular-se diretamente com a Direção Geral, em vez de terem de atravessar serviços regionais e sucessivos patamares, bem como terem o poder de classificar equipamentos patrimoniais. Pelo contrário - ressalvou - só poderiam desclassificar em consonância com a Direção Geral.

De resto, se a vertente cultural é um dos pilares da sua ação à frente da autarquia, Rui Moreira lembrou que ela tem estado intimamente ligada aos outros vetores, desde logo a imagem e o lançamento da marca "Porto.", que permitiu unificar a mensagem da cidade e acabar com a diversidade de designações anteriormente existentes: "Oporto" para a cidade, "Port wine" para o vinho e um símbolo associado à cor verde que nada tinham a ver com o Porto.

Agora, com a nova imagem da cidade e a crescente oferta cultural, as pessoas "vêm ao Porto porque sabem que há cá coisas interessantes", exclamou o presidente da Câmara, para quem "a Cultura é um excelente investimento".