Cultura

Reunidas condições para criar projeto cultural na Casa Eugénio de Andrade

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A Câmara do Porto quer desenvolver um polo cultural para usufruto público na casa de Eugénio de Andrade, algo que se vai tornar agora possível após o acordo estabelecido com os herdeiros do poeta, aprovado por unanimidade na reunião de Executivo desta manhã.

A proposta do presidente da Câmara do Porto foi bem acolhida por toda a vereação e especialmente felicitada pela representante da CDU, Ilda Figueiredo. Enquanto antiga frequentadora da também designada "Casa de Serrúbia", a vereadora deixou o testemunho de "alguém que ao longo dos anos viveu com grande tristeza este processo e constatou o seu encerramento", referindo-se ao facto de o espaço ter sido fechado em 2011, aquando da decisão do Governo de extinguir a Fundação Eugénio de Andrade.

A "grande mágoa" sentida por Ilda Figueiredo fica agora superada com este acordo, conseguido após um longo período de desentendimentos entre a Câmara do Porto (no mandato do antecessor de Rui Moreira) e os ocupantes do imóvel.

Em concreto, o documento hoje aprovado "desatou esse nó" ao consensualizar com os herdeiros de Eugénio de Andrade a sua transferência para um imóvel municipal muito próximo da casa do poeta, também na zona da Foz Velha. Para tanto, tornou-se formalmente necessário "submeter à autorização da Assembleia Municipal do Porto a celebração de escritura pública de alteração de imóvel para uso e habitação dos herdeiros do poeta Eugénio de Andrade".

Ainda não estando determinadas com rigor as atividades que ali terão lugar, Rui Moreira garantiu que a intenção do Município é "utilizar o imóvel para fins de índole cultural" e que este foi "um passo fundamental" para cumprir essa vontade, que não se coadunava com a utilização habitacional de parte do edifício.

Do PS, a vereadora Odete Patrício também manifestou a sua satisfação ao obter a confirmação do presidente da Câmara do Porto de que a "Casa de Serrúbia" reúne agora condições para que venha a ter usufruto público.

Desde o início do ano, o rés-do-chão do edifício está a ser utilizado pontualmente para a apresentação de espetáculos, sob gestão da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde. O auditório, frisou Rui Moreira, está "em condições ótimas" e a zona do edifício habitada pelo poeta "está como se estivesse parada no tempo", com uma série de objetos pessoais intactos, asseverou o autarca. "Só falta o gato preto", terminou Ilda Figueiredo.