Restaurantes solidários da cidade vão ter unidade de produção própria
Notícia
No antigo Hospital de Joaquim Urbano há uma cozinha que vai funcionar como centro operacional na confeção de todas as refeições produzidas para a rede de restaurantes solidários, criada pelo Município do Porto em 2016. A importância desta valência, cedida pelo Centro Hospitalar do Porto, para a estratégia de alargamento da rede a outros pontos da cidade foi ontem assinalada em reunião de Executivo por Fernando Paulo, vereador com o pelouro da Habitação e da Coesão Social.
O ponto na agenda de trabalhos tratava do reforço da verba a transferir pelo Município para o Centro de Apoio ao Sem-Abrigo - CASA, entidade que gere o restaurante solidário que se encontra em funcionamento na Batalha. Na deliberação, decidiu-se reforçar o investimento até 35 mil euros, uma vez verificada a conjugação de duas realidades: por um lado, a "diminuição da quantidade de bens alimentares doados"; por outro, o "aumento da procura deste serviço de refeições, tendo sido servidas 47.360 refeições de novembro de 2017 a julho de 2018", refere a proposta entretanto aprovada por unanimidade.
Mas o tema em discussão suscitou um outro que lhe está relacionado: o alargamento da rede de restaurantes solidários. O vereador Fernando Paulo não se escusou a fazer um ponto de situação sobre a estratégia municipal e apresentou algumas novidades ao Executivo neste domínio.
A primeira novidade, relacionada com a racionalidade da prestação do serviço solidário e com o alargamento da rede, prende-se com a criação de "uma unidade de produção própria", localizada no antigo Hospital de Joaquim Urbano. De facto, com a cedência do espaço garantida pelo Centro Hospitalar do Porto, o Município e as entidades parceiras passarão a dispor agora de condições ótimas para a produção e distribuição das refeições.
Com este "centro de operações" (ideia que começou a ser maturada há menos de um ano por Rui Moreira e Fernando Paulo aquando de uma visita ao recém-inaugurado Centro de Acolhimento de Emergência, no antigo Hospital de Joaquim Urbano, a Câmara do Porto e o NPISA - Núcleos de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo acabam por ter maior flexibilidade na busca de soluções alternativas para a maximização destas respostas, uma vez que nos restaurantes a abrir deixa de ser necessária a unidade de confeção, explicou o vereador.
"Aditámos ao protocolo [já firmado com o Centro Hospitalar do Porto] a disponibilização da cozinha e das oficinas. Podemos agora contratualizar uma entidade, para termos uma única unidade de produção".
Mais ainda, adiantou o vereador, neste momento, "estamos já em negociações com outra entidade aqui muito próxima da Baixa para abrirmos o segundo restaurante, que venha dignificar a distribuição de refeições às muitas pessoas que diariamente se concentram junto ao Gabinete do Munícipe e no Parque da Trindade".
Pretende-se, também, encontrar um outro espaço na zona da Boavista. Está ainda a ser equacionada uma parceria com os Albergues Noturnos para reforçar esta resposta social, "mas a situação não é imediata", indicou o vereador.