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Proposta do PCP aprovada na AR por unanimidade deixava de fora o Porto na expansão da rede de Metro

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Miguel Nogueira

Rui Moreira explicou à Assembleia Municipal o traçado da
linha do Metro que, até 2020, será construída no Porto. Quer PSD quer CDU têm
criticado o facto desta linha não ser construída, já, até Matosinhos, como
chegou a ser equacionado há anos. O presidente da Câmara lembrou contudo, que
os dois partidos que agora criticam o avanço das obras no Porto, aprovaram em julho de 2016 na Assembleia da República, uma proposta dos comunistas para a extensão da rede de Metro que excluía o Porto

. O PCP já tinha, anteriormente (2012), defendido na Assembleia da República a extensão da Metro para a Trofa, numa resolução em que, então, era subscritor o também deputado municipal Honório Novo. A Resolução n.º 167/XIII-1ª aprovada este ano teve como primeira subscritora a deputada Diana Ferreira.

O presidente da Câmara chegou a dizer na Assembleia Municipal que "os partidos devem estar a gozar com as pessoas", quando tomou conhecimento do sucedido na Assembleia da República e apontou-lhes o dedo quando em julho tal sucedeu, ainda antes do Governo ter decidido a construção da linha no Porto.



A proposta, que foi
aprovada por unanimidade e contou, por isso, com o voto dos deputados pelo
Porto de PSD e PCP, recomendava o alargamento da linha Verde entre o ISMAI e a
Trofa, ao mesmo tempo que defendia a planificação necessária para levar o metro
até à Vila d´Este (Linha Amarela) e até a Gondomar (Linha Laranja).
Não
havia qualquer referência, nem à linha do Campo Alegre nem a qualquer outra
linha na cidade do Porto.


Rui Moreira recordou ainda
que, com o anterior governo, liderado pelo PSD, a dotação orçamental que havia
para a expansão da rede de Metro em Lisboa e Porto era de 400 milhões de euros.
Mesmo que esta fosse totalmente aplicada numa só linha, não seria suficiente
para construir a linha que agora CDU e PSD reclamam, mas que excluíram na
proposta que ambos aprovaram na Assembleia da República.


Mais, o presidente da
Câmara lembrou ainda que, nessa altura, o governo do PSD apenas garantia que
seria investido no Porto um euro, por cada euro investido na expansão no Metro
de Lisboa. Na solução conseguida agora, o Porto verá ser investido na sua rede
de Metro 1,5 euro, por cada euro investido na rede em Lisboa.


A linha que será
construída liga a Casa da Música a São Bento, passando pela Praça da Galiza,
onde serve o Pólo 3 da Universidade do Porto, e pelo Hospital da São João,
servindo também o Palácio de Cristal.


Rui Moreira chama a
atenção para o facto da estação da Galiza ficar mais perto das faculdades de
Letras e Arquitectura do Campo Alegre do que fica, por exemplo, qualquer estação
do Pólo da Asprela da Faculdade de Engenharia e que isso não constitui óbice.
Não desistindo de, mais tarde, ligar a Matosinhos ou a Gaia através do Campo
Alegre, o autarca diz que "fica feita a parte mais difícil da linha e já
estamos a meio caminho com esta linha".


A decisão foi ainda
defendida por Rui Moreira tendo em conta que "ou o Porto aproveitava o
orçamento que agora existia para fazer esta linha ou o dinheiro iria para
outros concelhos, como queriam os partidos que, por proposta do PCP, aprovaram
essas linhas, fora do Porto, na Assembleia da República", e lembrou o que se
passou com a Trofa. "A Trofa tinha uma linha aprovada em via única que ia ser
construída. Disse que não queria e preferiu rever o projeto para passar a via
dupla. O que acontece hoje? Não está lá nada. Não há Metro para a Trofa".