Sociedade

Projeto revolucionário para antigo Matadouro de Campanhã apresentado hoje em Milão

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O presidente
da Câmara do Porto encontra-se esta quinta-feira na 21.ª Trienal de Artes,
Design e Arquitetura, a decorrer em Milão, Itália, para apresentar
internacionalmente o projeto para o antigo Matadouro de Campanhã. Com Rui Moreira está também Manuel Pizarro, o vereador da Habitação e Ação Social, já que o projecto tem uma forte componente social.


A obra deverá
ficar pronta a meio do próximo mandato, mas os concursos e procedimentos
necessários para a sua concretização vão acontecer ainda no decorrer deste mandato de Rui Moreira. O custo
estimado é na ordem dos 10 milhões de euros.


A adaptação
do espaço irá permitir alocar 10 valências-chave, que assentam nos três
eixos da governação da cidade propostos pelo independente Rui Moreira, por
altura da campanha eleitoral: coesão social, economia e cultura.


O antigo Matadouro
irá comportar uma "Área de Empresas Criativas e Tecnológicas" nacionais e
internacionais; o "Museu da Indústria", com um pólo central e outro disseminado
por vários espaços; uma valência dedicada à "Arte e Comunidade", coordenada por
agentes multidisciplinares que desenvolvam práticas em áreas sociais e artísticas, em articulação com o tecido social de Campanhã. Terá, também, a valência de
"Reserva de Arte Contemporânea", dando resposta a necessidades de
espaço de reserva por parte de colecionadores e artistas do Porto; irá conter
uma "Nave-multiusos" preparada para acolher diversos tipos de apresentações,
desde conferências, cinema ou eventos sociais; um "Laboratório de Gastronomia",
projeto que combinará uma dimensão exploratória da gastronomia atlântica com práticas
de lazer e consumo.

O equipamento vai ainda incluir "Estúdios Média e Audioviosual" para
produção e gravação nas áreas do cinema, rádio, televisão e música, com espaços para arrendamento comercial e outros vocacionados para projetos
pedagógicos emergentes.Ourtra das valências alocadas será destinada às "Artes e Ofícios Tradicionais",
que incluirá, por exemplo, locais de trabalho para encadernadores, estofadores,
carpinteiros e outros artesãos. Terá, também, um "Pólo de Desporto", com uma área
desportiva coberta composta por um campo multiusos e respetivas instalações de
apoio e, a terminar, uma valência de "Residências Artísticas, com estúdios que incluem uma área de residência e de outra de apresentação pública destinadas a artistas
nacionais e estrangeiros.


O projeto de
arquitetura para a reconversão do antigo Matadouro Municipal do Porto é da
responsabilidade da sociedade Garcia & Albuquerque, Arquitetos. A proposta apresenta particular cuidado na
recuperação e manutenção de grande parte da construção original, que se
encontra maioritariamente em estado de degradação, dotando-a, do modo mais subtil
possível, de todas as infraestruturas necessárias para a implantação das valências acima
descritas.


A filosofia
de arquitetura tem por base a tentativa de preservação da imagem de caráter
fortemente industrial que ainda hoje marca aquele conjunto arquitetónico. O desenho dos novos espaços necessários para dar resposta ao programa delineado,
nomeadamente, os auditórios, acervos, galerias e escritórios, respeita a
estrutura e métrica atualmente existentes no local.


Para
diminuir o impacto paisagístico do edificado será alargada a mancha verde, com a
plantação de novas árvores e a criação de um pequeno bosque.


Está contemplada uma passagem privilegiada
e ligação ao Metro para servir visitantes, trabalhadores e a população residente na zona da Corujeira. A sul existirá um novo atravessamento pedonal entre a VCI e a linha de
caminho-de-ferro, paralelo ao já existente, mas deficitário do ponto de vista
das acessibilidades.


O antigo
Matadouro Industrial de Campanhã encontra-se implantado num terreno com 29000
m2 e resulta de um projeto aprovado em 1910 pela Câmara do Porto, com entrada em funcionamento na plenitude em 1932 e
desativado há mais de 20 anos.


Rui Moreira
espera que o programa venha a ter um impacto muito significativo nos
equilíbrios da cidade e na captação de muitas atenções para a freguesia mais
oriental do Porto (Campanhã), com as áreas limítrofes a sofrerem um efeito de
contágio positivo.


Refira-se
também que este plano está a ser delineado desde o início do mandato deste executivo e muito impulsionado pelas ideias de Paulo Cunha e Silva, antigo vereador da
Cultura, que morreu em novembro de 2015, sendo que o
futuro deste espaço está ser trabalhado há mais de um ano
por uma equipa multidisciplinar da autarquia liderada por Rui Moreira.




A
apresentação do projeto do antigo Matadouro na 21ª Trienal de Artes, Design e Arquitetura
de Milão é fruto de uma parceria com a ESAD - Escola Superior de Artes e Design.
A iniciativa associa-se ao lançamento da publicação "Porto Before Porto", que
explica o projeto de arquitetura, as principais linhas de programação para o equipamento, reunindo dois ensaios sobre a cidade, comissariados ao escritor
Valter Hugo Mãe e ao curador João Laia.


A publicação
acompanha a revista PLI Arte e Design, editada pela ESAD.


Note-se que
a presença portuguesa nesta importante iniciativa internacional destaca-se por
ser a única a envolver uma escola superior de design, por ter uma presença de
arquitetura efémera autoconstruída no exterior e por apresentar uma programação
disseminada, com eventos paralelos em espaços diversos, em Milão e em Portugal. Entre estes, destaca-se a apresentação que a Câmara do Porto fará para o projeto do antigo
Matadouro, realizada hoje na Biblioteca del Progetto do Palazzo della Triennale.


O Pavilhão
de Portugal na Trienal de Milão, que foi inaugurada a 2 de abril e se prolonga
até 12 de setembro, tem este ano uma área de 225 m2, situa-se no Museu Nacional
da Ciência e Tecnologia Leonardo da Vinci.


Consulte na íntegra o suplemento Porto Before Porto.