Política

PR defende uma Europa menos apoiada em "aliados, amigos ou vizinhos"

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A Europa precisa de reconquistar protagonismo no domínio da política externa, pensar mais por si e menos pelos vizinhos. Foi esta a tónica do discurso do Presidente da República, esta tarde, no Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto.

"Se queremos construir uma Europa temos de ser nós a construí-la. Não podemos contar com a iniciativa, a liderança, a benevolência, a condescendência dos aliados, amigos ou vizinhos na Europa. Quaisquer que eles sejam. Mais aliados num momento, menos aliados no momento seguinte. Mais próximos num instante, menos próximos no momento seguinte" - frisou Marcelo Rebelo de Sousa no âmbito de uma conferência promovida pelo Jornal de Notícias. Subordinado ao tema "Europa, para onde vamos?", o encontro, em cuja abertura esteve também o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, assinalou hoje o 129.º aniversário daquele diário.

Assumindo uma posição semelhante à da chanceler alemã Ângela Merkel, que no domingo instou os países da União Europeia a manterem-se unidos e a controlarem o seu destino, o chefe de Estado salientou que "contar para um projeto com os aliados efetivos ou eventuais desse projeto é uma forma de demissão própria".

"A responsabilidade é nossa, de todos", e não outros, aliados ou vizinhos. "O que tem feito falta ao mundo é o protagonismo da União Europeia no domínio da política externa. Esse protagonismo é fundamental para o equilíbrio mundial", sustentou o Presidente, alertando que urge definir " posições claras da parte de protagonistas cimeiros da realidade internacional". Isto é tão mais premente quando existe a consciência de que "pela frente há vários problemas em simultâneo", alertou Marcelo Rebelo de Sousa, que os apontou quer no plano económico, com a necessidade de crescimento e sustentabilidade, quer nos planos social ou de segurança, no que entram questões como as migrações e o terrorismo.