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"Porto sem diabetes" avalia riscos e faz pedagogia no Gabinete do Munícipe

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Ajudar as pessoas a avaliar os riscos que têm de contrair Diabetes e distribuir informação sobre esta crescente patologia são as prioridades da campanha "Porto sem Diabetes", que decorre nas tardes desta terça-feira e de quarta-feira no Gabinete do Munícipe, na Praça do General Humberto Delgado, junto ao edifício da Câmara.

Entre as 14 e as 17 horas de hoje e entre as 14 e as 18 horas de amanhã, dois postos de atendimento estão exclusivamente focados na sensibilização, nomeadamente questionando a população sobre "O que sabe sobre Diabetes? E conhece o seu risco?". Uma das estratégias é a utilização da ferramenta "FINDRISK" (determinação do risco de desenvolvimento da Diabetes, a 10 anos), com distribuição de um cartão de avaliação de risco e pulseira "Porto sem Diabetes", bem como de um descodificador de rótulos alimentares como estratégia complementar de educação para a saúde.

Esta iniciativa da Câmara do Porto vem na sequência do Dia Mundial da Diabetes, assinalado anualmente a 14 de novembro e que tem como objetivo aumentar a consciência e os conhecimentos das entidades oficiais, da comunicação social e, sobretudo, da comunidade em geral acerca da Diabetes, evidenciando a importância (e a possibilidade) da sua prevenção, bem como do diagnóstico precoce e da educação, como formas de reduzir as complicações crónicas da doença e o seu impacto na sociedade e nos sistemas de saúde.

Refira-se que as soluções no combate a esta pandemia passam pela prevenção da doença, pelo seu diagnóstico precoce e pela otimização do tratamento, tanto da doença como das complicações a ela associadas. Ao promover estilos de vida saudáveis (alimentação saudável aliada à prática de atividade física regular), contribui-se para uma melhoria global do estado de saúde dos indivíduos, bem como para a redução dos novos casos de Diabetes.

600 novos casos por cada 100 mil habitantes

Segundo dados preliminares revelados na última semana pelo Observatório Nacional da Diabetes (OND) da Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), nos últimos três anos verificou-se ainda um número muito elevado de novos casos de diabetes diagnosticados anualmente em Portugal, estimando-se a existência de entre 605 a 618 novos casos de diabetes por cada 100.000 habitantes em 2018.

Ainda que verificando uma tendência para a estabilização da incidência da diabetes em Portugal desde 2008, os números apontam que, em 2018, a prevalência estimada da diabetes na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos (7,7 milhões de indivíduos) foi de 13,6%, isto é, mais de 1 milhão de
portugueses neste grupo etário tem esta patologia.  

O OND concluiu também que em 2017 a diabetes causou a perda mais de oito anos de vida por cada
óbito provocado por esta doença na população com idade inferior a 70 anos. No entanto, nos últimos três anos verificou-se uma diminuição significativa do número de anos potenciais de vida perdidos por Diabetes Mellitus em Portugal (-15%). 

Além do impacto crescente no número de casos, a diabetes assume também um papel significativo
nas causas de morte, tendo estado na origem de 3,8% das mortes ocorridas em 2017. 

O OND analisou ainda o impacto da diabetes nos cuidados de saúde primários: em 2018, estavam registados na Rede de
Cuidados de Saúde Primários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de Portugal Continental 862.197 utentes com diabetes, num universo de 11.649.429 utentes registados.