Sociedade

Porto mostra como se defende a Terra com o exemplo pela ação

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"Liderar pelo exemplo é um papel de destaque reservado ao Porto", como o prova a política aplicada pela autarquia em termos de defesa ambiental e de mudança de comportamentos.

As palavras são do vice-presidente da Câmara do Porto e vereador da Inovação e Ambiente, Filipe Araújo, na sessão de abertura do National Geographic Summit, que ontem foi à Casa da Música "Ouvir o Planeta a partir do Porto". Perante uma audiência interessada e empenhada na preservação efetiva da Terra, e antes da intervenção de destacados oradores de diversas origens, o autarca explicou que "o Município do Porto já optou pela escolha pelo Planeta há muito tempo" e está a trabalhar para a sua preservação, dentro do que lhe é possível no seu raio de ação.

Face ao elevado crescimento da população mundial e à sua hiperconcentração nas cidades, Filipe Araújo defendeu que cabe a estas, por isso, serem parte da solução para os problemas que a cimeira da National Geographic veio debater ao Porto. Nesse sentido, lembrou que o Município assumiu a tarefa e tem já vindo a promover inúmeros programas com ações concretas, promovendo assim a mudança e "mudando de facto".

Ao mesmo tempo, "mostra capacidade para influenciar através do exemplo, de inspirar e de ser um facilitador da mudança", nomeadamente junto dos cidadãos e de todos os parceiros da autarquia, desde as empresas à academia, passando pelo comércio, a indústria, o turismo e "todos aqueles que têm um papel a desempenhar na cidade".

Filipe Araújo frisou que as cidades têm grande potencial para serem agentes da mudanças, na medida em que possuem e acolhem a investigação e a tecnologia; são capazes de estabelecer redes e excelentes ecossistemas de inovação; podem promover uma ligação estreita entre cidadãos, que são peças-chave nas mudanças de paradigma.

No caso específico do Porto, "a mensagem que temos passado é a da relevância da economia circular" por contraponto ao modelo atual de vida assente no "consumismo exagerado que torna a vida na Terra insustentável". Mas o autarca explicou que a Câmara do Porto não se limita a passar a mensagem quanto à "absoluta necessidade de mudar" e, desde há uns anos, "colocámos a Economia Circular na agenda política, porque não se trata apenas de um chavão ou de uma moda global: estamos perante uma emergência global!", alertou.

Filipe Araújo considera, assim, que "cada um de nós tem de refletir e fazer o seu papel, tomar a sua vontade de agente promotor da mudança e investir na circularidade da economia, numa lógica de driver económico que é necessário e que será capaz de mudar o mundo - tornando-o sustentável e possível de habitar para as gerações futuras. É na garantia deste futuro que nos temos de empenhar".

Dados a reter sobre o papel decisivo das cidades:

- em 2020, haverá 7,8 biliões de habitantes no planeta

- em 2030, haverá 8,5 biliões

- a meio do século, seremos quase 10 biliões

- 54% da população mundial vivem em cidades (70% até 2050)

- cidades representam 80% do consumo mundial de materiais e energia

- cidades são responsáveis por 75% das emissões de CO2.