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Porto começa em Paranhos, Bonfim e Campanhã a aprofundar a rede de cuidados comunitários

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A cidade do Porto passou a dispor de um projeto que vem aprofundar os cuidados comunitários e apoio aos mais fragilizados, alargando a uma série de instituições uma estratégia que vem sendo desenvolvida pela Câmara. Chama-se "Porto, Cidade Compassiva" e vai começar pelas freguesias de Paranhos, Bonfim e Campanhã.

"As comunidades compassivas são uma forma de resposta ao desafio colocado a uma sociedade em envelhecimento, através do envolvimento da comunidade nos cuidados, mudando mentalidades e reativando as redes de cuidado", destacou o presidente da autarquia, Rui Moreira, na sessão de apresentação do projeto, ao final do dia de ontem, nos Paços do Concelho.

O fenómeno contribui também - na ótica de Rui Moreira - para fazer "com que o cuidar deixe de ser uma obrigação e passe a ser visto e sentido como um privilégio". Daí que a Câmara do Porto venha já a implementar um conjunto de políticas e medidas que concorrem para melhorar a qualidade de vida das pessoas, promovendo uma verdadeira inclusão social dos cidadãos, através de ações destinadas a apoiar os setores mais fragilizados.

Não obstante, e porque "a promoção da vida social, solidária e voluntária é uma responsabilidade coletiva que convoca todos e cada um", o presidente do Município considerou esses os fundamentos para a parceria estabelecida entre a autarquia, o Centro Hospitalar Universitário de São João e a Compassio - Associação para a Construção de Comunidades Compassivas, cujos presidentes Fernando Araújo e Mariana Abranches Pinto, respetivamente, participaram nesta apresentação. A missão é concretizar "este projeto virtuoso" que abrange numa primeira fase a área do ACES - Agrupamento dos Centros de Saúde Porto Oriental, ou seja o território das freguesias de Paranhos, Bonfim e Campanhã.

As prioridades são:

> sensibilizar e capacitar a sociedade para o tabu da morte e para a necessidade de a comunidade ajudar a cuidar das pessoas com necessidades paliativas que estão em casa;

> criar uma rede de suporte na comunidade para cada utente, no sentido de lhe ser prestado auxílio, nas suas tarefas diárias, de modo a atenuar o seu isolamento e sofrimento.

"E esta é uma questão cada vez mais premente, dado o envelhecimento crescente da população e o custo para a sociedade de internamentos clinicamente desnecessários", frisou Rui Moreira.

Apoiado e financiado pela Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos e pela Fundação "La Caixa", que também se fizeram representar na sessão, o "Porto, Cidade Compassiva" vai agora ser difundido junto das entidades da Rede Social da cidade, apostando o Município em promover a relação com os cuidadores informais e com a comunidade local.

A autarquia vai ainda focar-se em "integrar o projeto na Rede Local de Voluntariado e no domínio prioritário seniores e seus cuidadores do Plano de Desenvolvimento Social", conforme adiantou Rui Moreira, manifestando a vontade de que "o Porto se transforme numa cidade ainda mais coesa. Um Porto mais compassivo. Mais solidário. Mais igual".