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Porto ajuda Cidade da Beira com 100 mil euros para o hospital e 10 mil para escola

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A disponibilização de "equipas pós-catástrofe", o apoio de 100 mil euros para a reconstrução do hospital da Beira e ainda o envio de 10 mil euros para uma rápida intervenção na Escola Portuguesa na Beira foram alvo de aprovação unânime na reunião de Câmara desta terça-feira, no âmbito da proposta apresentada por Rui Moreira para apoiar a cidade-irmã de Moçambique, face à situação de emergência e calamidade provocada pelo ciclone Idai.

O presidente da Câmara do Porto explicou que o apoio de 10 mil euros não estava inicialmente equacionado e surgiu na sequência de um contacto estabelecido pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro.

"Já depois de formalizada esta proposta [relativa ao envio de equipas multidisciplinares e de apoio financeiro para a reconstrução do hospital, através da ONGD Health4Moz], fomos contactados pelo secretário de Estado das Comunidades para ver se a Câmara do Porto podia associar-se ao Instituto Camões, de modo a garantir uma intervenção rápida na Escola Portuguesa da Beira, na reconstrução do telhado. Dissemos que sim", anunciou Rui Moreira.

Reunindo consensos de todos os vereadores nesta matéria, o autarca informou ainda que recebeu o cônsul de Moçambique no Porto e Zona Norte de Portugal, Agostinho Milton, nesta segunda-feira. De futuro, manifestou que o Município pretende articular "um apoio mais continuado", naquilo que poderá ser entendido como patronato.

"Devíamos pensar, no futuro, em encontrar uma infraestrutura, eventualmente um centro de saúde ou escola, em que fôssemos patrono. Falo num apoio mais continuado a uma cidade geminada com o Porto, para garantir que não estamos só lá quando há um problema", explicou o autarca, que foi acompanhado neste comentário pelo vereador do PSD, Álvaro Almeida, e pela vereadora da CDU, Ilda Figueiredo.

Na proposta, o presidente da Câmara do Porto assinala que a "cidade da Beira, em Moçambique, foi recentemente assolada pelo ciclone Idai, que deixou um rasto de mortos, desalojados e destruição e que atingiu infraestruturas fundamentais da cidade como escolas, unidades de saúde, rede viária e redes de abastecimento de eletricidade e águas".

Como continua, o Município não pode "ficar indiferente à situação de emergência e calamidade que se vive no território-irmão", recordando que as cidades têm um acordo de geminação.

Considerando a distância geográfica, as dificuldades de transporte e comunicações e a especificidade da ajuda humanitária necessária no imediato e já, em boa parte, no terreno, desencadeada por instituições e organizações nacionais e internacionais com competências nesse âmbito, Rui Moreira avança que "torna-se mais útil a Câmara Municipal do Porto diligenciar desde já no sentido de contribuir ativamente para as operações de reconstrução que se seguirão".

Tal significa que o Município do Porto disponibilize, a suas expensas, uma equipa multidisciplinar que se desloque ao cenário dos acontecimentos "e aí possa prestar apoio especializado em rescaldo, prevenção e reabilitação, à semelhança do que aconteceu em 2016 no pós-catástrofe ocorrida na cidade do Funchal".

Além disso, ficou determinado conceder à Health4Moz, uma ONGD - Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento com sede no Grande Porto e com um reconhecido e meritório trabalho de terreno desenvolvido em Moçambique, em particular também na Beira, um apoio financeiro de 100 mil euros com o fim específico de ser destinado exclusivamente aos trabalhos de reconstrução do Hospital da Cidade da Beira.