Ambiente

Pavilhão da Água reabre ao público no próximo sábado totalmente requalificado

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O Pavilhão da Água volta a abrir portas ao público no próximo sábado, 23 de março, a partir das 10 horas. O equipamento municipal, localizado no Parque da Cidade, foi alvo de uma profunda remodelação a nível estrutural e física e também de renovação do espólio expositivo. 

A intervenção representou um investimento total de 745 mil euros e foi conduzida por Alexandre Burmester, arquiteto responsável pelo projeto original do equipamento, desenhado para integrar a Expo '98.

A Águas do Porto abriu um concurso público internacional, em 2016, do qual saiu vencedora a empresa FCo. fullservice company in multimedia que, em parceria com a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro (da Universidade de Aveiro), efetuou todo o trabalho de museologia e musealização, bem como a execução de todos os módulos da exposição.

A FCo foi responsável por todo o conceito da exposição, levantamento histórico e componente digital. À Fábrica Ciência Viva de Aveiro coube o desenvolvimento dos protótipos que compõem a mostra, sendo que apenas três deles transitaram da anterior exposição, tendo sido dada nova roupagem em consonância com a nova imagem.

A reformulação respeitou os conceitos de um espaço arquitetural tencionado, num jogo entre os interiores e exteriores, fazendo uma ampliação sobre a traseira e vindo a resolver, por um lado, questões de ordem funcional e, por outro, criando uma fachada no edifício que antes não existia. O Pavilhão vai agora evidenciar-se também para o exterior do Parque da Cidade.

Conteúdo totalmente reformulado

O "novo" Pavilhão da Água apresenta um percurso conceptualmente organizado, ao longo do qual o público descobrirá as várias etapas que compõem a nova organização das experiências, substituindo a ideia anterior de visita totalmente livre.

Com um forte enfoque no papel das Águas do Porto, é explicado o ciclo urbano da água integrado no percurso geral proposto aos visitantes. Toda a componente pedagógica foi reforçada com recursos inovadores, onde a interatividade e o entretenimento tornam a aprendizagem mais fascinante.

Entre as muitas novidades, destaca-se a Sala Imersiva, um espaço onde os visitantes poderão assistir a um filme imersivo, com projeção de uma viagem que começa na montanha e atravessa o mar. Nesta experiência, será possível perceber o cenário mais extremo das alterações climáticas e as suas consequências diretas para a cidade do Porto.

Para além da criação de novos módulos de experiências, teve lugar um processo de reenquadramento e recuperação dos módulos existentes, para que estes não só vestissem o conceito de toda a exposição, mas também que mantivessem uma imagem apelativa dentro do seu contexto.

A história do Pavilhão

Desenhado para a Expo '98, o Pavilhão da Água tinha a duração prevista de apenas três meses, mas acabou por estar 18 anos em operação, 14 dos quais ao serviço da pedagogia e da sensibilização ambiental na cidade do Porto de forma ininterrupta.

Foi um dos espaços mais visitados durante a Expo'98 - Exposição Mundial de Lisboa sob o tema "Os Oceanos, um Património para o Futuro", evento para o qual foi construído pela Unicer - Bebidas de Portugal, SPGS.

O espaço original foi criado com um cenário para o qual o olhar demorava algum tempo a habituar-se. O Pavilhão da Água parece estar em desequilíbrio, sem apoio ou em suspensão. No seu interior, os planos horizontais e verticais formam um jogo conflituoso de sensações.

Posteriormente, foi doado à Câmara do Porto e transferido para o Parque da Cidade, junto à entrada norte (Estrada Interior da Circunvalação), reabrindo as portas ao público no dia 28 de dezembro de 2002. Passou a constituir-se como um espaço interativo por excelência para a divulgação científica e tecnológica em torno da temática dos recursos hídricos.

Até 2010, o equipamento esteve sob a gestão da Fundação Ciência e Desenvolvimento, através de um entendimento entre a Câmara do Porto e a Universidade do Porto. Em janeiro de 2011, a gestão do Pavilhão transitou daquela Fundação para a Águas do Porto, EEM, no âmbito de um contrato de gestão assinado entre a Câmara do Porto, dona e legítima possuidora do equipamento, e a empresa municipal.

Devido à interatividade e à duração para a qual o Pavilhão da Água foi inicialmente construído, o desgaste do equipamento era já muito visível,  tanto na área estrutural como nas experiências.

Em 14 anos de funcionamento no Porto e até ao encerramento para obras de requalificação, em 2016, o Pavilhão recebeu mais de 450 mil visitantes, entre grupos escolares, turistas e público em geral.