Educação

OCDE está no Porto para debater o futuro das competências na era digital

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Delegações ao mais alto nível dos países da OCDE estão no Porto para debater a educação do futuro, adaptada aos desafios da transformação digital. A Skills Summit'18 Porto reúne mais de 20 Estados-membros e países terceiros desta importante organização mundial, demonstrando, uma vez mais, o poder de atratividade da cidade para a organização de grandes eventos internacionais.

Na sessão de abertura desta manhã, que contou com a presença do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e do vereador com o pelouro da Educação, Fernando Paulo, o ministro da Educação e anfitrião da Skills Summit 2018, Tiago Brandão Rodrigues, quis realçar que "somos convocados a aqui estar em modo de urgência, porque a quarta revolução digital veio para ficar". Para o ministro, "é fundamental conhecer como os estudantes desenvolvem competências digitais e como interpretam a hiper-realidade digital à sua volta; como as utilizam na sua vida quotidiana; e como relacionam o mundo digital com os outros conhecimentos, competências, talentos e práticas cívicas que as nossas escolas lhes providenciam", afirmou.

Esta inequívoca realidade, considera, gera "enormes oportunidades para aqueles que estão um passo à frente neste movimento, mas também sérios problemas e riscos para quem ficou um passo atrás". Por isso, a Tiago Brandão Rodrigues conforta saber que este trabalho é feito no plural e numa lógica de partilha. "É vital apoiarmos tanto uns como outros neste desafio coletivo".

No seu primeiro discurso formal na cidade do Porto, o secretário-geral da OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, Angel Gurría, começou por agradecer a "fabulosa receção" da cidade à comitiva, brindada "com ótimo Vinho do Porto e excelente música", o que só poderia significar um bom pronúncio para o desenvolvimento dos trabalhos. Sublinhando que a digitalização está a transformar o modo como vivemos, trabalhamos e aprendemos, Angel Gurría defende que "para que os países aproveitem as oportunidades do mundo digital e respondam aos seus desafios, são fundamentais políticas de promoção de competências bem desenhadas que dotem os cidadãos com um leque adequado de competências".

Estimando que, em 2040, haverá cerca de 40 biliões de dispositivos digitais em todo o mundo (contra cerca de 1 bilião calculados em 2016), o secretário-geral da OCDE alertou também que, num futuro próximo, 40% dos empregos estão "em grande risco de serem automatizados". Mais ainda, disse que "1 em cada 2 empregos vão desaparecer ou ser altamente afetados pela era digital".
Nessa medida, defendeu que o caminho é apostar na educação/formação das competências digitais ao longo da vida.  

A mesma opinião foi partilhada por Manuela Geleng, diretora em substituição da Diretoria dos Assuntos Sociais da DG Emprego, da Comissão Europeia, que aproveitou também para felicitar Portugal pela sua Estratégia Nacional de Competências.

Hoje é o segundo e último dia da Skills Summit'18 Porto. A sessão de boas-vindas decorreu ontem, ao final da tarde, juntando ministros e secretários de estado responsáveis pelas tutelas das áreas das competências dos diferentes Estados-membros e países parceiros da OCDE. Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, e Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, foram os anfitriões da receção, que contou ainda com um momento musical, protagonizado pelos alunos do Conservatório de Música do Porto.