Cultura

"Obsessão centralista já não se resolve com modelos de descentralização" diz Rui Moreira a propósito dos apoios para a cultura.

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Estruturas culturais do Porto, em áreas como a dança ou o teatro, ficaram de fora dos apoios do Governo para os próximos quatro anos. Rui Moreira foi ontem à RTP2 explicar o que está em causa e como isso pode afectar a política cultural da cidade.

Rui Moreira revelou que já se encontrou, há uma semana, com o Ministro da Cultura, a quem entregou uma carta sobre os apoios da DGArtes às estruturas de cultura da cidade, e está a convocar todas as companhias e interessados para uma grande reunião na próxima terça-feira, às 10 horas, no Rivoli.

Acompanhado por Gonçalo Amorim, do Teatro Experimental do Porto (TEP) e do Festival de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI), o Presidente da Câmara do Porto deu alguns números que mostram a injustiça da distribuição. O Governo decidiu distribuir na área do Teatro, só na Área Metropolitana de Lisboa, 3 milhões de euros, mas para o Norte, que inclui a Área Metropolitana do Porto, distribui apenas 1,9 milhões em quatro anos.

Já na dança, o programa do concurso definia um mínimo de 190 mil euros anuais para o Norte, que inclui a Área Metropolitana do Porto e também cidades como Braga, Guimarães, Famalicão ou Bragança. Mas, só para a Área Metropolitana de Lisboa, sensivelmente igual em termos populacionais à AMP, previu um mínimo de 460 mil euros.

Ontem, durante o Jornal 2 da RTP2, Rui Moreira deixou claro que "existe uma desproporção" nos investimentos. "A única política de descentralização que existe é do Porto para o resto do Norte. Ou seja, o Porto é duplamente penalizado". O autarca assinalou ainda que "curiosamente, o programa do concurso fala em coesão territorial".

"A TRAGÉDIA ESTAVA ANUNCIADA"

"Isto já não se resolve com modelos de descentralização, isto é uma obsessão centralista, resolve-se com uma opção política do país relativamente a uma regionalização política", disse ainda Rui Moreira, acrescentando que "obriga a que os partidos comecem a olhar para isto e que os deputados eleitos não se esqueçam muito rapidamente das suas obrigações".

Também Gonçalo Amorim afirma que "tem que se mudar este modelo" e que "a tragédia estava anunciada com esta dotação orçamental", lembrando que "estamos muito aquém da dotação orçamental de 2009".

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