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O bilhete virtual para andar de Metro e de Autocarro vai estrear-se no Porto

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O Porto vai ter um sistema de títulos de transporte virtuais. A tecnologia inovadora está a ser financiada através do Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e será testada no Porto, pela primeira vez.

Trata-se de uma solução tecnológica que fará com que, no futuro próximo, deixemos de precisar de ter um cartão para poder viajar no metro e nos autocarros da STCP. Este sistema não pretende acabar com o sistema de bilhética tradicional, mas complementá-la. Recorde-se que foi ontem assinado o acordo entre seis Câmaras Municipais, lideradas pelo Porto, e o Ministério do Ambiente, para que a empresa passe a ser gerida pelas autarquias a partir de dia 1 de janeiro de 2017.

Segundo Matos Fernandes, Ministro do Ambiente, foi disponibilizada uma verba de 500 mil euros à empresa Transportes Intermodais do Porto (TIP) para que esta desenhe até ao final do ano uma alternativa ao Andante que passará por uma aplicação para smartphones que permite detetar quando o cliente entra e sai do veículo.

A conta pode ser enviada depois para casa, ou por e-mail, e paga posteriormente, sem necessidade de compra antecipada de títulos ou de uma assinatura mensal.

"O sistema de bilhética, estreado no Metro do Porto, era à data uma referência mundial, mas ficou parado no tempo. Há 15 anos que vendemos bilhetes da mesma maneira. Há 15 anos que comunicamos com os nossos clientes praticamente da mesma forma. Continuamos a ter sistemas passivos, que aguardam pelo passageiro em vez de interagirem com ele. Se o sistema que usamos tem 15 anos, pensemos que o iPhone foi lançado há dez anos?", afirmou o ministro no discurso de assinatura do memorando para a gestão da STCP por parte das autarquias. "Os sistemas não podem ficar parados, e Portugal é, e sempre foi, um país de inovadores", insistiu, justificando o investimento na desmaterialização da bilhética Andante.

O ministro desafiou a empresa, e as autarquias, a olharem para os novos desafios da mobilidade que, por um lado, têm de dar resposta a uma população em envelhecimento, e por isso mais dependente do transporte público, mas que não pode, por outro lado, ignorar uma alteração dos hábitos dos mais jovens. "Temos uma juventude cada vez mais urbana, que ocupa os centros urbanos, que se desloca a pé, de bicicleta, e cuja relação com o automóvel é provavelmente menos intensa do que a da geração dos seus pais", argumentou, lembrando que esta forma de pensar está na base da chamada "economia de partilha" que pede alternativas mais flexíveis, facilitadoras do acesso ao transporte coletivo.