Urbanismo

Novas Áreas de Reabilitação Urbana do Porto estarão delimitadas até final do ano

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O processo de delimitação das ARU (Áreas de Reabilitação
Urbana) de Lordelo do Douro, Foz Velha e Corujeira-Cerco estará concluído até
ao final do ano. Estas novas ARU juntar-se-ão às oito já delimitadas e que
poderão ser redefinidas e agrupadas. A informação foi deixada por Rui Moreira
na abertura da V Semana da Reabilitação Urbana do Porto, a decorrer até dia 12
no Palácio da Bolsa. Enquadra-se, explôs o presidente da Câmara, no projeto
de sustentabilidade preconizado para a cidade.


O mapa da reabilitação urbana do Porto faz-se com onze ARU: as
três ainda em delimitação, mais as do Centro Histórico (a primeira), Miragaia, Cedofeita,
Lapa, Aliados, Santos Pousada, Bonfim e Campanhã-Estação. Nestas já existentes,
"haverá provavelmente interesse e necessidade de redefinição, agrupando algumas
delas para se ganhar escalas nas operações de reabilitação", disse o autarca.


No que concerne às Operações de Reabilitação Urbana (ORU),
lembrou que as ARU do Centro Histórico e de Campanhã têm as suas aprovadas.
Já a elaboração da ORU da Corujeira está em curso, sendo que "outras avançarão
no início do próximo ano, de acordo com o cronograma definido" no anterior
mandato.


Este conjunto de ARU, com Operações que contemplam um
conjunto de incentivos fiscais, representarão, no final deste ano, "cerca de 25
por cento da área do Porto". Traduzem a preocupação em intervir de forma
sustentada "nas zonas mais consolidadas e vetustas da cidade".


A par dos benefícios fiscais, as ORU preveem "um conjunto de
investimentos públicos e privados", indicou Rui Moreira, que deu como exemplo a
revolução positiva em Campanhã, para onde está previsto "um investimento a 10
anos de sensivelmente 75 milhões de euros, 25 dos quais públicos". A
reconversão do antigo Matadouro e o Terminal Intermodal surgem, aqui, como
projetos de referência.


Ou seja, há uma "aposta em territórios que são estratégicos
para a cidade", com o investimento público a ser capaz de criar "efeitos
multiplicadores". Sobretudo, evidencia-se uma política de reabilitação "encarada
de forma lata", que contempla as dimensões física, económica, cultural e social.


Porque esta é uma estratégia que vai ao coração do Porto, o
presidente voltou a contestar as "opiniões turistofóbicas que se ouvem por aí". Lembrando
um passado não muito distante, realçou que "uma cidade que expulsou os seus
cidadãos [do Centro Histórico] pelo insucesso não os pode agora expulsar pelo
sucesso". Como tal, concluiu, "temos de ser capazes de crescer de forma
sustentada. Ainda ontem, na inauguração do Fórum do Futuro, um especialista das
Nações Unidas falou sobre como as cidades podem conviver com novos afluxos de
cidadãos e manterem as suas características para que todos se sintam, afinal, seus
coproprietários".





Ao encontro deste registo foi o presidente da AICCOPN. "O
Porto é hoje uma cidade de que nos orgulhamos", considerou Manuel Reis Campos,
para quem o turismo "potenciou a identidade única e trouxe novas dinâmicas" ao
centro urbano. "O comércio tradicional e os serviços retomaram o papel que
antes desempenhavam e o interesse por parte dos investidores estrangeiros
promoveu externamente o nosso país".


Ana Pinho, secretária de Estado da Habitação, afirmou
considerar o Porto "como o berço da reflexão sobre a reabilitação humana",
notando ainda que esta Semana agora iniciada "tornou-se numa referência para o
setor".


Já António Gil Machado, diretor da Vida Imobiliária,
entidade organizadora desta iniciativa anual, destacou que a reabilitação
urbana hoje "se espalha por toda a cidade, por todos os concelhos que nos
rodeiam". Neste momento, "com os novos instrumentos financeiros e uma nova
atitude" política, importa "não repetir erros do passado".


São precisamente os novos desafios do setor que estão em foco nesta V Semana da Reabilitação do Porto, que integra até 12 de novembro várias conferências, workshops,
tertúlias e exposições, além de iniciativas paralelas dinamizadas por diversas
empresas associadas.