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Nova travessia do Douro já tinha sido anunciada por Rui Moreira em reunião da Assembleia Municipal

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Miguel Nogueira

Em dezembro de 2017, Rui Moreira declarou em Assembleia Municipal que estavam a ser desenvolvidos estudos com o Município de Gaia para uma nova ponte sobre o Douro, referindo até que a localização mais provável seria a "montante da Ponte Luís I". 

Na altura, tanto o portal Porto. como vários órgãos de comunicação social anunciaram as intenções do presidente da Câmara do Porto que, na sessão de 18 de dezembro de 2017, havia revelado que estava em curso uma análise séria para a construção de uma nova travessia que ligasse as duas cidades ribeirinhas.

Esta solução, referiu na ocasião, saltou para primeiro plano após a rejeição da IP - Infraestruturas de Portugal e das autoridades competentes do património face à proposta dos dois municípios para o alargamento do tabuleiro inferior da Ponte Luís I (à semelhança do que foi executado no tabuleiro superior).

Aliás, ainda na mesma sessão da Assembleia Municipal, ocorrida há quatro meses, Rui Moreira deu mais duas importantes informações: disse que a localização mais provável para a nova ponte seria a montante da Ponte Luís I, justificando esta como a melhor opção, dados os problemas de amarração às margens e a sobrecarga do Centro Histórico que levantariam a construção de uma travessia a jusante; além de que, assim sendo, seria altamente provável a aposta na pedonalização do tabuleiro inferior da Ponte Luís I.

Foi por isso que, na reunião de Executivo Municipal desta terça-feira, o presidente da Câmara do Porto estranhou a "surpresa" com que os vereadores do PS, PSD e CDU se referiram ao anúncio da nova ponte. Ainda admitindo que o anúncio tenha sido preparado com discrição e que na estratégia de comunicação se tenha dado ênfase ao fator novidade, não aceitou o autarca que a oposição o tenha acusado de ter feito tudo em segredo. "Só é secreto para quem não está atento", e reavivou a memória dos presentes com o vídeo da sua intervenção na Assembleia Municipal de dezembro último.

Novas acessibilidades para zona oriental ribeirinha já estão previstas em PDM

Não há também sobre esta matéria conflitos com o atual Plano Diretor Municipal. Como adiantou o vereador do Urbanismo Pedro Baganha, o PDM em vigor já prevê uma rede de ruas entre as zonas da China e da Agra, as quais vêm agora, com este anúncio, a sua pertinência ampliada. Nesse sentido, o que se pretende é criar acessibilidades diretas entre a nova ponte e a cota intermédia-alta de Campanhã. Acresce a favor da autarquia o reduzido número de expropriações que terá de fazer, considerando "a menor densidade" da área, atestou Rui Moreira.

De igual modo, o plano estratégico para a ORU (Operação de Reabilitação Urbana) de Campanhã contempla já uma forte presença empresarial na zona ribeirinha do Freixo. 

Concluindo, há aqui duas vontades que se juntam. Do ponto de vista técnico, esta será a melhor localização para a nova ponte, pelo facto do atravessamento entre as duas margens ser mais estreito (a distância da nova ponte será de 250 metros), por não causar problemas de amarração e por viabilizar uma ligação a uma cota mais elevada.

Por fim, e não menos importante, cumpre-se a vontade política de regenerar todo o tecido urbano de Campanhã que, com este nova obra, juntando-se a outros três grandes investimentos - Terminal Intermodal, Matadouro Industrial e Intercetor do rio Tinto (que vai conduzir à duplicação da área do Parque Oriental) - vai, de forma indelével, contribuir para revitalização da zona oriental da cidade.