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Nova ponte vai ajudar a revitalizar a zona oriental

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A regeneração urbana de Campanhã vai beneficiar com a construção da futura ponte. A garantia foi dada esta manhã pelo vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, que explicou na reunião de Executivo os critérios que presidiram à localização da sétima travessia entre Porto e Gaia. 

Na nota introdutória ao tema da localização da nova ponte, explicou o vereador Pedro Baganha, hoje em reunião do Executivo municipal, que "a limitada quantidade de locais de amarração a montante da Ponte Luís I", composta por uma geografia sinuosa que integra uma grande quantidade de escarpas, constitui um "problema de atravessamento histórico".

Por isso, na definição da localização da futura ponte D. António Francisco dos Santos prevaleceram "critérios de ordem oportunista e política". De ordem oportunista, esclareceu o termo Pedro Baganha, porque após a ponte ferroviária São João começa a "entrar-se no vale de Campanhã", pelo que a altitude das escarpas diminui consideravelmente, permitindo um "melhor relacionamento entre a cota baixa e a cota alta" - ou seja, é facilitada a amarração de uma nova infraestrutura na margem do Porto (recorde-se que a nova ponte ligará as duas cidades na zona mais estreita do rio Douro, com uma distância de 250 metros entre as duas margens).

Por outro lado - e não menos importante, frisou o vereador - o critério político também pesou na escolha da localização. Como recordou Pedro Baganha, do programa eleitoral do Movimento Rui Moreira: Porto, o Nosso Partido (pelo qual foi eleito), sufragado pela maioria dos portuenses em outubro de 2017, consta a revitalização da zona oriental da cidade: "resolve um problema de mobilidade e catalisa novas atividades", entende.

E, reforçando a ideia, assumiu o vereador que "este novo atravessamento insere-se numa rede global de transformação da zona oriental" que, já está em curso com outros "investimentos estruturais", como sejam o Terminal Intermodal Campanhã e o projeto de reconversão e exploração do Antigo Matadouro Industrial.
Acrescentou ainda que o atual PDM já prevê um conjunto de arruamentos entre as zonas da China e da Agra, as quais merecem ser agora revisitadas. De igual modo, o plano estratégico para a ORU de Campanhã contempla já uma forte presença empresarial na zona ribeirinha do Freixo.

Além das explicações de ordem mais técnica do vereador Pedro Baganha, que não mereceram comentários por parte de todo o grupo de vereadores, houve algumas considerações prévias sobre o anúncio da nova ponte.

Do PS, Manuel Pizarro considerou que "na lógica de cidade metropolitana há vantagens de melhorar as ligações com Gaia" e que, portanto, "é perfeitamente adequada" a ideia de uma nova travessia. Mas manifestou dúvidas sobre se a nova ponte melhorará a fluidez do trânsito do lado do Porto. Por outro lado, lamentou que a IP - Infraestruturas de Portugal e as entidades ligadas ao património tenham inviabilizado a solução de alargamento do tabuleiro inferior da Ponte Luís I, dado que, a ideia da pedonalização deste tabuleiro também lhe levanta dúvidas.

Por seu turno, da CDU, Ilda Figueiredo recordou que, na sua vida de autarca, "já ouviu falar de muitos projetos de pontes", mas nenhum se materializou. No entanto, contestou o facto da ideia não ter sido apresentada anteriormente em reunião de Câmara. Posição semelhante manifestou o vereador do PSD, Álvaro Almeida, que acrescentou ainda que precisava de uma explicação fundamentada sobre a decisão da sua localização (ao que se seguiu a intervenção de Pedro Baganha que abre o artigo).

Perante estas observações, o presidente da Câmara do Porto convidou o Executivo a assistir a um pequeno vídeo, que reportava a uma Assembleia Municipal de dezembro de 2017, no qual Rui Moreira, respondendo a questões levantadas pelo deputado socialista Rui Lage sobre a articulação de projetos ente Porto e Gaia, admitia estar a ser equacionado com o Município da outra margem do Douro a construção de uma nova travessia, aliás notícia publicada no portal Porto. e em vários órgãos de comunicação social.

Por isso, reavivando a sua intervenção na Assembleia Municipal no final do ano anterior, alegou o autarca que nada foi feito com secretismo, à exceção do anúncio sobre a nova ponte. "Só é secreto para quem não está atento", disse.

Além do mais, recorda que o assunto foi tema da última campanha eleitoral e que também em agosto do ano anterior foi realizada uma reunião entre os dois presidentes na Câmara do Porto.

Cidade vai discutir a revisão do PDM

A propósito deste debate, Pedro Baganha anunciou que está a ser preparada a Semana do PDM (Plano Diretor Municipal). A iniciativa, que deverá arrancar no dia 7 de maio, pretende convocar toda a cidade a participar na discussão do novo PDM.

Embora o calendário de ações ainda esteja a ser ultimado, serão promovidas várias sessões descentralizadas, nas quais se procurará fazer "uma divulgação intensiva dos estudos de diagnóstico", que resultaram em 11 relatórios temáticos, indicou o vereador. "Estamos na charneira entre a fase de caracterização e diagnóstico e a fase da definição da estratégia que queremos para a cidade nos próximos 15 anos", rematou.

No período antes da ordem do dia foi também aprovado por unanimidade o voto de pesar apresentado por Rui Moreira pelo falecimento do engenheiro portuense Joaquim Sarmento. Pela "marca indelével que nos deixa" e considerando "o inestimável papel que teve no desenho da universidade e da cidade", justificou o edil. Em 2017, Joaquim Sarmento foi homenageado com a Medalha de Mérito Grau Ouro da Cidade.