Sociedade

À "descoberta" do Porto

  • Notícia

    Notícia

#fib_clerigos_01.jpg

Filipa Brito

A
revista internacional National Geographic destaca, na edição de outubro (versão
portuguesa) a Torre dos Clérigos e a investigação a decorrer às possíveis
ossadas de  Nicolau Nasoni, encontradas,
ocasionalmente, no final das obras de restauro da Igreja dos Clérigos, em 2014.


 


A
cripta, local de (re)encontr
o de Nasoni foi encerrada poucos
dias após a descoberta, e reaberta em junho de 2014, altura em que entra
em campo uma equipa de antropólogos forenses, técnicos e especialistas para
investigar, recolher e examinar, com as mais "modernas técnicas de
identificação e inve
ntariação", referiu a revista.


 


A
National Geographic que seguiu as investigações "in loco", elaborou uma reportagem
de oito páginas, com o título "Enigma nos Clérigos", descrevendo que as
investigações a Nicolau Nasoni trouxeram ao local um encontro de especialistas em
duas áreas, a Ciência e a História, equipas forenses que se juntam e articulam
entre si para desmistificar o "mistério" do arquiteto.


 


A
equipa de investig
ação forense, liderada pela antropóloga Eugénia Cunha, do Departamento de Ciências da
Vida da Universidade de Coimbra, conta ainda com a colaboração da Universidade do Porto, apoiada
pelo professor Giovanni Tedesco, e do Instituto de Patalogia e Imunologia
Molecular (IPATIMUP).


 


Descrevendo
o cenário de toda a envolvência da investigação e da dinâmica do trabalho das equipas,
e apesar de ainda não haver c
ertezas que as ossadas são de Nasoni, uma
coisa é certa, esta é uma investigação importante para cidade do Porto. A
revista refere ainda que, o arquiteto italiano se "confundiu com a própria
história da cidade durante décadas centrais do século XVIII", vincando que
"Nasoni tornou-se portuense, adotado como ícone, símbolo da atração que o Porto
exerce sobre os estrangeiros, como um vício, um íman que, uma vez magnetizado,
nunca mais tolera a fuga". O arquiteto italiano Nicola
u Nasoni chegou ao Porto em 1725 e nunca
mais da cidade saiu. Morreu em 1773, aos 82 anos, dez anos depois da conclusão
da Torre dos Clérigos.


 


Artista
de reconhecidos méritos, exerceu a sua profissão, arquiteto e pintor, no Porto,
e norte de Portugal, em obras arquitetónicas, como Clérigos, lógia da Sé, igrejas da Casa da Misericórdia do Porto, do Terço
e de Nossa Senhora da Esperança, palacete de S. João Novo e casas da Prelada,
do Chantre, de Ramalde, do Viso e Palácio do Freixo.


 


Localizada
em pleno centro histórico da cidade do Porto e visitada por milhares de
turistas portugueses e estrangeiros ao longo do ano, a Torre dos Clérigos é o ex-libris
da Invicta, considerado monumento nacional desde 1910.