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Município estuda projetos para o Ramal da Alfândega

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O presidente da Câmara do Porto revelou, na Assembleia Municipal desta segunda-feira, que o Município está a estudar duas soluções para aproveitar o Ramal da Alfândega, que liga Campanhã à Alfândega, na encosta do Douro, através da antiga linha da ferroviária. Os dois projetos em cima da mesa vão ser alvo de um debate alargado com todas as forças políticas. 

Nada está decidido sobre os dois projetos e Rui Moreira tem dificuldade em aferir "qual será o melhor", até porque "um não pode ser somado ao outro" e, num determinado momento, "um pode ser mais importante para a cidade do que outro".

O autarca, que falava na sequência de uma interpelação do deputado do PS, Rui Lage, acerca do ponto de situação sobre o plano de reativação da Ponte D. Maria Pia, pensado em conjunto com a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia (e envolvendo, necessariamente a IP - Infraestruturas de Portugal, enquanto entidade gestora da ponte), levantou um pouco o véu sobre o que está a ser equacionado não só para a ligação entre as duas cidades ribeirinhas, mas também para o desativado Ramal da Alfândega, localizado na Escarpa das Fontainhas, "hoje um jardim bem tratado, que correspondeu a um grande investimento municipal e acessível a todos", disse o presidente da Câmara do Porto.

O primeiro projeto, "provavelmente mais interessante e simpático", consiste numa ciclovia "para fruição dos cidadãos", que se inicie no tabuleiro da ponte D. Maria Pia e faça a ligação entre Campanhã e Alfândega, através do Ramal da Alfândega. Este canal de circulação "tem um túnel que foi revisto e está em boas condições", podendo começar a operar com um investimento relativamente pequeno, constatou Rui Moreira.

Mas há uma segunda hipótese em cima da mesa, que consiste na utilização do Ramal da Alfândega "para uma ligação rápida de Campanhã à Alfândega, com um veículo urbano, em quatro minutos", com capacidade para mais de 20 mil passageiros por ano, estima.

"Esta é uma matéria em que não temos certezas nenhumas", reiterou o presidente da Câmara do Porto, adiantando que têm ouvido pessoas "ligadas ao mundo da universidade", com propostas alternativas.
Rui Moreira espera agora alargar o debate às forças políticas e à cidade, ciente de que haverá divisões, até porque, mesmo no seio do Executivo Municipal, não existe consenso. 

"Aparentemente, a forma mais razoável de retirar tráfego automóvel do Centro Histórico seria ter um veículo autónomo que fizesse essa ligação, mas, ao fazermos isso, não vamos ter a fruição de um espaço magnífico, com vistas magníficas para fazer uma ciclovia. As duas coisas não são conjugáveis", rematou.