Sociedade

Douro nos cinco continentes

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Esta tarde, quando pelas 17h15 os concorrentes ao Grande
Prémio de Portugal de Fórmula 1 em Motonáutica largarem frente ao emblemático
edifício da Alfândega do Porto para a terceira das oito corridas desta
temporada, uma audiência estimada de 97 milhões de espetadores, em 53 países
dos cinco continentes, poderão estarão a assistir à prova e a descobrir,
através desta ampla cobertura televisiva, os encantos do rio Douro no seu
percurso final.


 


O circuito, de 2.158 metros, traçado entre as cidades do
Porto e de Vila Nova de Gaia, delimitado por dois conjuntos de boias de
rondagem entre a Alfândega e a Ponte Luiz I, é já considerado pela generalidade
dos pilotos, bem como pelos promotores internacionais do campeonato, como

"o
mais belo alguma vez visitado pela Fórmula 1"
.


 


Além de encantador, o circuito desenhado para trazer a
Fórmula 1 em Motonáutica de regresso a Portugal, depois de quatro anos de
ausência, é ainda apreciado pela sua "elevada competitividade", conforme
declarou o alemão Mike Szymura, que ontem venceu a primeira das duas corridas
reserva aos barcos da Fórmula 4-S, considerada o último patamar de acesso à
Fórmula 1. "Temos duas longas retas e há que ter particular cuidado sobretudo
na mais longa delas, com 580 metros, ao longo do cais da Alfândega, para os
barcos não descolem totalmente da água, pois é onde atingimos a velocidade mais
elevada e onde o risco de levantar voo e virar é maior"
, explica, por sua vez,
o único piloto português que está a participar no Grande Prémio de Portugal de
Fórmula 1 em Motonáutica, Duarte Benavente.


 


Líder do F1 Atlantic Team, o veterano português é o terceiro
piloto com mais provas disputadas entre todos os presentes no Douro: desde que
se estreou, em 1999, soma já 131 corridas no palmarés, o que faz de Duarte
Benavente um dos maiores especialistas nesta categoria e torna ainda mais
importante a sua opinião.


 


Hoje, Duarte Benavente vai partir para o Grande Prémio de
Portugal a meio da frota, pois estabeleceu a décima volta mais rápida da
qualificação entre os 20 participantes, a 4,05 segundos do autor da
"pole-position", o finlandês Sami Selio, que assegurou a melhor marca do
circuito, gastando 47,59 segundos num volta, o que significa uma média de
163,40 km/h sobre a água!


 


BARCOS DA F1 JÁ ATINGIRAM 225 KM/H NO DOURO


 


Os barcos de Fórmula 1 são todos equipados com motores
iguais, um V6 de 2,5 litros fornecido pela Mercury, que desenvolve 425 cv
às10.500 rpm, que ao acelerar a fundo emite uma sonoridade única, própria dos
grandes motores de alta competição. Com seis metros de comprimento e casco
duplo, estes catamarãs têm dois metros de largura e pesam apenas 390 quilos,
"atingindo facilmente velocidades na ordem dos 240 km/h", sublinha Duarte
Benavente.


 


No circuito do Douro, entre o Porto e Vila Nova de Gaia, "os
pilotos mais rápidos estão a atingir uma velocidade máxima entre os 220 e os
225 km/h"
, revela a organização internacional do evento, que tem uma elevada
expetativa quanto ao espetáculo para esta tarde.


 


SHOW AÉREO A ANTECEDER O ESPETÁCULO NA ÁGUA


 


A partir das 16h00 terá lugar a segunda corrida da Fórmula
4-S e às 17h45 a animação transfere-se para uns metros acima do circuito,
quando o comandante Luís Garção, um dos maiores especialistas portugueses em
acrobacia aérea, iniciar uma sessão de voo acrobático com o seu biplano, um
Pitts S2B com 260 cavalos de potência, que é capaz de descrever manobras
apertadas que superam seis vezes a força da gravidade, "sensivelmente os mesmos
"Gês" a que os pilotos de Fórmula 1 são sujeitos aqui no Douro, ao rondar as
boias que delimitam os extremos do circuito"
, conforme explica Luís Miguel
Ribeiro, o diretor de prova em todas as oito etapas do Mundial.


 


Este português é, de resto, uma exceção entre os cerca de
1.200 elementos que a organização internacional contabiliza terem-se deslocado
ao Porto para participar no Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1 em
Motonáutica; entre pilotos, jornalistas, mecânicos, fotógrafos, operadores de
imagem, mergulhadores, assessores, dirigentes desportivos, convidados e
observadores, "vieram propositadamente até aqui cerca de 1.200 pessoas, que
representam mais de duas dezenas de nacionalidades, desde a China ao Paquistão,
desde a Rússia até aos Estados Unidos"
, revelou a vice-presidente do promotor
internacional do campeonato, a italiana Lavina Castelli, rematando que "os
chineses, por exemplo, estão de tal modo encantados, que já nos transmitiram
que vão adiar a sua partida, permanecendo duas semanas em Portugal, para
conhecer o Porto e a região"
.


 


Mas, esta tarde, enquanto 47 canais de televisão estiverem a
transmitir o Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1 em Motonáutica, serão 97
milhões de espetadores, por todo o mundo, que estarão a descobrir os encantos
das margens do Douro, entre o Porto e Vila Nova de Gaia. Os espetadores
portugueses poderão acompanhar em direto a prova na televisão, assistindo à
transmissão através do Canal 2 da RTP, bem como na SportTV.