Política

Câmara do Porto decreta três dias de luto pela morte de Miguel Veiga

  • Notícia

    Notícia

#mno_medalha_M_Veiga.jpg

Distinguido em 2015 pelo presidente da Câmara do Porto com a Medalha de Honra da Cidade, a mais alta distinção municipal, Miguel Veiga era uma personalidade incontornável na advocacia e na política em Portugal. Foi um dos apoiantes de primeira hora da candidatura de Rui Moreira à Câmara do Porto. A autarquia decretou três dias de luto municipal, a partir de hoje.

O corpo ficará em câmara-ardente no Palacete Visconde de Balsemão a partir de hoje. O funeral realiza-se amanhã às 15 horas, no Cemitério de Agramonte.


Miguel Luís Kolback da Veiga era visto como homem de ação e de pensamento, vivia no Porto e defendia com orgulho e aguerrido a sua origem portuense. Fez parte de um núcleo restrito de fundadores do PPD, hoje PSD, colaborando na conceção das suas bases programáticas, partido onde ocupou os cargos mais relevantes e pelo qual foi deputado da Assembleia Constituinte.

Miguel Veiga, além de um notável percurso profissional no exercício da advocacia forense e de consultadoria, era também presidente da Comissão de Toponímia do Porto.

A sua atividade política aproxima-o de valores democráticos, sendo um obreiro dos principais movimentos que têm gerido a cidade do Porto. Arauto da liberdade e independência, Miguel Veiga definia-se também como um buscador e um obstinado errante e um avesso confesso do populismo, com uma racionalidade e coragem invulgares.

No seu discurso de entrega das medalhas, a 9 de julho de 2015, Rui Moreira começou por citar Miguel Veiga, segundo o qual "a verdadeira pátria dos homens é o desejo", lembrando a sua mais profunda amizade e admiração pelo homenageado. "Sei ou sinto que todos, aqui e hoje, sabemos a que desejo se refere Miguel Veiga. Se não sabemos, alcançamos. Se não alcançamos, ao menos, de certeza, projectamos. Esse é o desígnio carregado de nobreza daqueles que, únicos, são capazes de mudar o Mundo através da palavra: o desígnio de inspirar o desejo, de alcançar e projectar nele o futuro. Aqueles que têm a capacidade de o fazer são, nesta perspectiva, os que inspiram e quantas vezes determinam a conquista. E, se é da conquista que nasce a pátria, é também na conquista que se inspiram e concretizam o desejo e o carácter", afirmou o presidente da Câmara.

Rui Moreira lembrou também o porquê de atribuir as medalhas da cidade a 9 de julho, desde 2014, com o facto de ter sido "o dia em que começou o fim do Cerco do Porto", acrescentando: "A fé, a convicção, o carácter, o saber e querer resistir, a capacidade de olhar o futuro, de projectar o desejo, são comuns a estes três homenageados. A fé em Deus ou, quando menos ou mais, a fé na nossa capacidade para construirmos esperança a partir das coisas do dia-a-dia. A convicção, porque sem ela nos reduzimos, nos rendemos à banalidade, essa banalidade a que, de um modo tão fulgurante, escapam os três homenageados".

Veja o vídeo da cerimonia de entrega das medalhas municipais.