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Morreu hoje o pintor e escultor Júlio Pomar

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O pintor e escultor Júlio Pomar, de 92 anos, morreu hoje, na sequência de internamento hospitalar prolongado devido à idade avançada.

Natural de Lisboa, o artista, que chegou a estudar na Escola Superior de Belas Artes do Porto nos anos 40 do século passado, foi o principal cultor do neorrealismo em Portugal, tendo-se destacado também noutras correntes ao longo de várias décadas.

Pintura, desenho, gravura, escultura, assemblagem, ilustração, cerâmica, tapeçaria, cenografia e mural em azulejo foram algumas das áreas artísticas em que deixou marca, a par da ação cívica na resistência ao regime ditatorial Estado Novo.

A sua vinda para o Porto, em 1944, levou-o a estreitar contacto com os artistas Fernando Lanhas, Júlio Resende e Amândio Silva, com quem desenvolveu grande cumplicidade na sequência do movimento Exposições Independentes.

Júlio Pomar manteve ligação à Invicta desde então, sendo da sua autoria os célebres frescos do Cinema Batalha que, aliás, estavam em vias de ser recuperados pelo próprio no âmbito de um convite feito pelo presidente da Câmara, Rui Moreira.

Foi também no Porto que Júlio Pomar expôs pela primeira vez individualmente, em 1947, e uma das suas últimas presenças na cidade foi na exposição que a Galeria Municipal do Porto lhe dedicou há dois anos. Está ainda representado na coleção do Museu de Arte Contemporânea de Serralves.