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Montagem do hospital de missão decorre a bom ritmo com capacidade para 300 camas em 27 enfermarias

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A unidade hospitalar de missão que está a ser montada no Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota tem capacidade para 300 camas e ficará dividida em 27 enfermarias. Pode entrar em funcionamento já na próxima semana, mas apenas quando houver - e se houver - utentes para ela, já que o definido é que sirva acolhimento a doentes pouco sintomáticos ou assintomáticos sem retaguarda familiar. A decisão caberá aos dois hospitais da cidade, Hospital de São João e Hospital de Santo António, que estão a colaborar neste projeto, resultante da conjugação de esforços entre a Câmara do Porto, a Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, a Ordem dos Enfermeiros, o Exército Português e o concessionário do equipamento, entre outros empresários privados.

A montagem das 27 enfermarias está a ser feita no piso superior, havendo lugar para mais algumas enfermarias e salas de contenção no piso inferior, num total de 300 camas. Os dados foram revelados esta manhã pelo Chefe de Gabinete do Presidente da Câmara do Porto, Nuno Nogueira Santos, numa visita de imprensa ao Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota, que está agora a ser transformado num hospital de missão de combate à Covid-19, conforme anunciou esta manhã o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.

Entre o frenesim das dezenas de militares que estão a proceder à montagem das camas a um ritmo muito rápido, sob a coordenação da Ordem dos Médicos que auxilia com a montagem dos equipamentos médicos, o responsável assinalou que esta unidade está a ser erguida, também, para servir de suporte aos idosos institucionalizados da cidade que estão desde domingo a ser rastreados, tendo sido a Câmara do Porto a primeira entidade e até agora a única em Portugal a lançar um programa de rastreio sistemático a todos os idosos que vivam em lares ou residências coletivas.

Mas com o surgimento de um novo espaço para acolher a população sénior institucionalizada, em caso de necessidade, a sala de espetáculos transformada em hospital de missão, acaba por ter agora como prioridade a receção de doentes ligeiros.

"Cria-se aqui uma retaguarda com assistência médica, uma espécie de hospital de retaguarda que permitirá tratar desses doentes menos sintomáticos e que não precisam ainda, felizmente, de cuidados intensivos", afirmou Nuno Nogueira Santos.

Embora sem revelar dados concretos quanto aos resultados dos rastreios que estão a ser feitos à população mais idosa, que prefere por enquanto manter confidenciais, o Chefe de Gabinete destacou que já muitos idosos que vivem em lares ou residências coletivas na cidade realizaram os testes e que "os primeiros dados são muito positivos", ou seja, muito animadores.

Diocese do Porto disponibilizou Seminário de Vilar para acolher idosos institucionalizados

A esta novidade soma-se uma outra "boa notícia", que vai permitir uma maior margem de capacidade de resposta do hospital de missão Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota.

"A diocese do Porto disponibilizou-nos o Seminário de Vilar. Juntamente com a Pousada da Juventude, ganhámos assim capacidade para termos sempre, a cada momento, uma solução para cada lar, que entre eventualmente numa situação de contágio", assinalou Nuno Nogueira Santos, aludindo que este espaço adicional servirá também para precaver problemas que se têm multiplicado por todo o país e noutros países, "de não haver de imediato uma solução para um lar que entre em rutura".

Ordem dos Enfermeiros terá papel fundamental no projeto

Destacando o "papel relevantíssimo" da Ordem dos Médicos em todo este processo, o Chefe de Gabinete do Presidente da Câmara do Porto informou ainda que foi pedida a colaboração da Ordem dos Enfermeiros, porque neste projeto o seu envolvimento será fundamental. "A maior parte dos utentes que aqui estiver vai ter até que ter muitos mais cuidados de enfermagem do que propriamente médicos", referiu Nuno Nogueira Santos.

Caso a sua situação de saúde dos doentes que forem encaminhados para esta unidade hospitalar de retaguarda se agrave, também rapidamente poderão ser deslocados para o Hospital de Santo António, "que se encontra a três minutos daqui", observou.

Na verdade, "seria muito bom sinal que não viéssemos a ocupar nenhuma cama neste hospital, mas temos de estar preparados para isso", confidenciou o responsável municipal, uma vez que caberá aos hospitais de São João e de Santo António fazer esse encaminhamento, tendo em conta "o backup [suporte]" criado neste equipamento municipal concessionado, "que nos permitirá atuar de um dia para outro e começar a corresponder às necessidades".

Projeto resulta de esforço conjunto

O processo de montagem deste hospital de missão foi "muito dinâmico" e Nuno Nogueira Santos destaca a "conjugação de esforços" de várias entidades para o erguer.

"Falamos com cada hospital, em média, dez vezes ao dia, portanto tem havido essa colaboração. A Câmara do Porto aquilo que tem feito é sobretudo encontrar respostas para os hospitais. Já o fez com os materiais de proteção, de ventiladores e, agora, neste caso, com um hospital".

O pavilhão onde tudo acontece "encaixa na perfeição" para esta finalidade. Reabilitado há pouco tempo por privados, o Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota foi disponibilizado prontamente pelo concessionário "sem pedir nada e pelo tempo que fosse necessário", deu nota o Chefe de Gabinete do Presidente da Câmara do Porto.

Além do envolvimento do Município, dos hospitais da cidade, das ordens profissionais e do concessionário, têm ainda contribuído "para esta missão", uma série de empresários privados.