Urbanismo

Milhares de pessoas na abertura do Mercado Temporário do Bolhão

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O Mercado Temporário do Bolhão abriu portas esta manhã e mais de cinco mil pessoas já o visitaram. Marcelo Rebelo de Sousa e Rui Moreira juntaram-se à multidão que quis conhecer o novo espaço, fazendo a pé o breve percurso que dista entre os dois equipamentos. A visita foi demorada, porque nada ficou por ver. Entre vivas constantes aos presidentes, a alma do Bolhão provou, também ela, estar bem viva e satisfeita com as "condições excelentes" do Temporário. Enquanto decorrem as obras no histórico edifício, há toda uma cidade que para aqui se dirige com a garantia de sempre: aqui os sacos de compra vêm carregados de saber e sabor.

"O Porto é exemplo de construção do futuro", elogiou o Presidente da República ao colocar os pés dentro do Mercado Temporário do Bolhão, ao lado do presidente da Câmara do Porto, e envolvido por um "mar de gente" que não quis perder este dia importante na história da obra de restauro do Mercado do Bolhão.

Afinal, mais uma etapa do desígnio de toda a cidade do Porto viu-se hoje cumprida: os vendedores do Bolhão estão definitivamente instalados no Mercado Temporário, ali bem perto do edifício original, a 200 passos, com condições técnicas impossíveis de igualar.

"Está de parabéns, está muito bonito", continuou Marcelo Rebelo de Sousa, enquanto Rui Moreira o conduzia entre as diferentes secções do mercado, devidamente organizadas por cores distintas. Momentos antes, à entrada, já o espanto tinha ficado registado na cara de quem pela primeira vez desce as escadas rolantes que dão acesso ao mercado. Penduradas ao alto, grandes fotografias, devidamente alinhadas, permitem ao visitante conhecer os rostos de cada um dos comerciantes, com a descrição do seu nome e ramo de negócio, outra das facetas da grande campanha de promoção e comunicação erguida pelo Município do Porto, que também está nas ruas.

Na visita demorada por cada uma das bancas do Mercado Temporário do Bolhão, Marcelo Rebelo de Sousa e Rui Moreira ainda tiveram tempo para ajudar uma comerciante a pesar e "aviar" limas, provaram Vinho do Porto, ficaram a conhecer a grande variedade de produtos naturais disponíveis, deixaram-se deliciar pela qualidade da fruta, apreciaram as diferentes tonalidades das cores das hortaliças, cumprimentaram os tradicionais vendedores de conservas e de queijos.

Vivas repetidos a Rui Moreira e Marcelo Rebelo de Sousa bem podiam constituir a banda sonora desta manhã no Mercado Temporário do Bolhão. Isso e as palavras de agradecimento. "Estamos contentes com tudo. Vamos caprichar. Devemos muito a este presidente. E ao Gabinete do Mercado do Bolhão também, são todos muito bons", referia uma das comerciantes, ladeada pelos dois presidentes.

Em declarações à extensa comitiva de jornalistas que acompanhou a visita, Rui Moreira ressalvou o "sentimento de união da cidade em torno deste projeto. Todas as forças políticas se irmanaram à sua volta". De fora não ficaram os elogios aos comerciantes, que sempre confiaram nas suas palavras, referiu o autarca, quando em tempos, acrescentou, "ouviram muitas promessas e viram projetos que iam transformar o mercado numa coisa que eles não queriam". Por isso lançou o repto:

"Houve muito trabalho envolvido e finalmente temos um Mercado Temporário que dignifica muito os comerciantes. Agora é a cidade que tem que responder, apoiando esta iniciativa".

Por seu turno, Marcelo Rebelo de Sousa justificou a sua presença com o agradecimento "ao presidente [da Câmara do Porto] que foi o líder deste projeto e a todos que o tornaram possível, de um modo muito especial, os comerciantes", acrescentando ainda que "a identidade entre quem liderou o processo e os comerciantes foi a chave daquilo que estamos a ver aqui hoje".

No passado sábado, último dia em que o edifício histórico esteve aberto ao público antes de entrar em obras, o ambiente era de extraordinária serenidade. Havia peixeiras que já afinavam a voz ensaiando novas cantigas para estrear no espaço provisório. "O Marcelo não vai escapar a uma selfie", vaticinavam. E não, não escapou. Não a uma, mas a muitas. As solicitações dirigidas ao Chefe de Estado e ao presidente da Câmara do Porto prolongaram-se durante cerca de três horas, no dia em que nenhuma parte do Mercado Temporário do Bolhão ficou a descoberto.