Metro compra 18 veículos que vão ajudar a mudar o paradigma dos transportes
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Está assinado o contrato para aquisição de 18 novas composições para o Metro do Porto. Vão servir as novas linhas cuja construção deve começar no segundo semestre deste ano e contribuir para aumentar a oferta de transporte público, alterando o paradigma do transporte na cidade e na área metropolitana.
"Um impulso civilizacional!" - foi assim que o presidente da Câmara do Porto considerou as mudanças em curso no setor dos transportes, ao abrir a sessão desta tarde, na Estação do Metro de São Bento, em que foi assinado o contrato de aquisição das novas composições que irão servir sobretudo o prolongamento da Linha Amarela até Vila d'Este e a Linha Rosa (São Bento-Casa da Música).
"Esta é mais uma aposta do Governo e dos municípios da Área Metropolitana do Porto num setor em que os resultados dos últimos anos demonstram que, havendo mais oferta, os cidadãos estão dispostos a trocar o carro particular pelo transporte público", considerou Rui Moreira, aludindo aos diferentes descontos introduzidos nos tarifários e também à municipalização da STCP, entre outros exemplos.
Defendendo que é o transporte público que vai resolver os problemas da cidade (da qualidade de vida às diferenças sociais e ao ambiente), o autarca salientou, porém, que não basta estimular a procura, sendo também necessário aumentar a oferta. "É isso que este contrato representa: o aumento da oferta do Metro" em resultado do investimento de mais de 49 milhões de euros. Por isso, Rui Moreira agradeceu também o empenho do Primeiro Ministro e disse estarmos perante "um impulso civilizacional". E admitiu mesmo acreditar que "nos próximos anos, vamos assistir à substituição do transporte privado pelo transporte público".
Essas mesmas questões seriam abordadas seguidamente pelo presidente do Metro, Tiago Braga, que adiantou irem as novas composições servir também as restantes linhas e aumentar a eficiência e fiabilidade da operação, assim como o conforto, além de destacar as vantagens ambientais de um meio de transporte elétrico.
O administrador lembrou ainda que foi conseguida a antecipação da entrega de alguns daqueles veículos, para fazer face ao grande aumento da procura que se vem registando, revelando que devem começar a chegar ao Porto em 2021.
Por sua vez, o presidente executivo da empresa chinesa CRRC Tangshan, Zhou Junnian, que ganhou o concurso de fornecimento das novas composições, revelou que vai fornecer veículos de nova geração que foram desenvolvidos pela empresa com base em "conceitos avançados de design, conforto, segurança e ambiente", sendo o resultado "um veículo leve, de baixo consumo energético e grande inteligência".
Poupança financeira e ganhos ambientais
A CRRC ganhou o concurso público que tanto o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, como o Primeiro Ministro, António Costa, consideraram ter permitido uma poupança de 6 milhões de euros face ao que era esperado, mas sem comprometer a qualidade nem o conforto. E António Costa notou que termina a 18 de fevereiro o prazo para entrega das propostas para a realização das obras das infraestruturas do Metro do Porto a que as novas composições se destinam.
Além disso, e tal como Rui Moreira, também o Chefe do Governo falou na "mudança de paradigma da mobilidade" para recordar a "aposta séria no transporte público" que representou a junção dos transportes urbanos e do ambiente no mesmo ministério, bem como o investimento em infraestruturas e mudança dos tarifários para modelos mais atraentes, ou seja, mais baratos para o passageiro.
Mais 60 mil lugares diários no Metro
Com um custo global de 49,6 milhões de euros, as 18 novas composições tem capacidade para 252 lugares (64 dos quais sentados) cada uma, o que se traduzirá no facto de o Metro do Porto passar a poder disponibilizar mais 60 mil lugares diários.
A partir de 2021, a empresa chinesa deverá entregar os veículos ao Porto ao ritmo de um por mês até 2023. O Metro deterá então 120 veículos e é também para esse ano que está previsto o fim das obras de construção das novas linhas, as quais vão acrescentar seis quilómetros e sete estações à rede, representando um investimento global na ordem dos 300 milhões de euros.
Atualmente, a rede do Metro do Porto serve sete concelhos com seis linhas, 67 quilómetros e 82 estações.