Economia

Medidas de segurança no comércio dão plena confiança aos clientes na frequência dos espaços

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O "Porto." continua a percorrer as ruas da cidade para dar a conhecer as medidas que o comércio local tem adotado após a reabertura, no sentido de garantir a segurança e bem-estar dos clientes e colaboradores em época de pandemia. Desta vez, visitou a Rua da Senhora da Luz e a zona de Cedofeita.

Durante o período de desconfinamento, o portal de notícias do Porto visitou alguns espaços comerciais na Baixa da cidade para conhecer as medidas preventivas que os comerciantes locais têm levado a cabo, no sentido de garantir a segurança e retomar a confiança de quem os visita.

Desta feita, voltou às ruas com a mesma missão, conversar com os comerciantes e com os portuenses que já passeiam pela cidade.

A viagem começou pela zona da Foz onde, na agora movimentada Rua da Senhora da Luz, se localiza a confeitaria Tavi. Inaugurado em 1935, o histórico estabelecimento foi obrigado a fechar portas durante o confinamento e agora, aberto há cerca de dois meses, optou, entre várias medidas, por fazer algumas adaptações no espaço.

"Tivemos que diminuir, uma diminuição muito significativa ao número de mesas", afirma Carla Silva, responsável pela qualidade do espaço.

O gel desinfetante é disponibilizado à entrada da confeitaria, bem como em todas as mesas do estabelecimento, permitindo ao cliente fazer a higienização das mãos quando já se encontra sentado.

Além do cumprimento da obrigatoriedade do uso de máscara, por parte de clientes e colaboradores, no interior do estabelecimento as medidas adotadas vão mais longe com menus descartáveis: "é posto à disposição do cliente e assim que retirado da mesa, é lixo", reforça a responsável.

Também a devida higienização de mesas, cadeiras e suportes de guardanapos, antes e após o cliente abandonar o estabelecimento, é prática da casa.

Olga Silva, uma das clientes habituais que aproveita para fazer uma refeição na confeitaria, confessa que "o espaço está com menos mesas e, portanto, com menos pessoas" e que "há as devidas precauções de higiene, de desinfeção e disso tudo. Portanto, sinto-me segura", conclui ainda.

O "Porto." segue viagem e, mais à frente, na Óptica da Luz, o técnico Gabriel Carvalho confidencia que, tendo em conta a relevância do espaço para a saúde pública, este nunca chegou a fechar portas, revelando-se um desafio no início da pandemia, uma vez que era "tudo novidade" e os procedimentos a adotar não estavam ainda bem definidos.

Ainda assim, a ótica regeu-se pelas medidas impostas pela Direção-Geral da Saúde, procurando tomar todas as precauções e garantir a segurança dos seus clientes, em pleno Estado de Emergência.

Desta forma, além da devida desinfeção de todo o espaço após a saída de um cliente, a loja permite apenas o atendimento de duas pessoas de cada vez e o uso de máscara e a utilização do dispensador de álcool gel, à entrada da loja, são obrigatórios.

Mas como todo o cuidado é pouco e precauções nunca são de mais, o espaço criou ainda um processo próprio de desinfeção das armações dos óculos que são experimentados pelo cliente.

Dividido em três processos, o técnico da Óptica da Luz explica: "primeiro, nós colocamos os óculos numa máquina de ultrassons em que é limpo com sabão e água"; de seguida "vai a uma máquina de UV's em que está um minuto" e aí "o vírus já praticamente não existe". Para concluir o processo, é feita "uma solução diária com água oxigenada e água", que é aplicada nos óculos, deixando o produto "completamente pronto para estar na loja para os clientes experimentarem", assegura Gabriel Carvalho.

Deixando a Foz, segue-se no itinerário a Baixa da cidade, mais concretamente a Praça de Carlos Alberto, onde no primeiro andar da casa número 60, está o Cabeleireiro Conceição Pinto.
Além do gel desinfetante disposto à entrada do estabelecimento, da devida higienização do espaço e da esterilização das escovas e de todos os materiais utilizados, o cabeleireiro decidiu ainda adotar o método de atendimento por marcação, aceitando, no máximo, dois cliente de cada vez. 

Liliana Pinto, gerente do cabeleireiro, admite que esta medida evita que se acumulem clientes na sala de espera, o que facilita o trabalho porque assim "até conseguimos respirar melhor", brinca, reforçando que "não se junta tanta gente, vem uma pessoa de cada vez e trabalhamos com mais calma".

Terminada a visita ao estabelecimento, a Rua de Cedofeita ali ao lado. Em contraposição ao período do confinamento, apresenta-se agora muito mais movimentada. Aqui, o "Porto." aproveita para abordar alguns portuenses que, graças às medidas preventivas que têm sido levadas a cabo pelos comerciantes locais, admitem sentir-se seguros, não restando dúvidas na hora de escolher o local para concretizar algumas compras.

Maria Tavares salienta que prefere "as lojas de rua", porque se sente "mais à vontade do que nos recintos fechados".  

Também José Carvalho, que aproveita para passear e ver algumas montras, naquela que é uma das ruas mais movimentadas da cidade, partilha da mesma opinião, admitindo que se sente "mais seguro" ao comprar no comércio local, porque é "ao ar livre" e "há mais transparência nas coisas, as pessoas andam mais à vontade".

O comércio local da cidade pioneira na adoção de medidas de confinamento foi, numa fase inicial, fortemente penalizado pela pandemia provocada pelo novo coronavírus, o que motivou o Executivo Municipal a criar uma série de apoios extraordinários à atividade comercial.

No entanto, começa agora a reerguer-se com cautela, adotando atitudes de prevenção e cumprindo com todas as medidas e regras de segurança estabelecidas pelas autoridades de saúde, o que tem permitido recuperar o fôlego e a confiança dos clientes, retomando assim a atividade nesta nova normalidade.