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Lynn Hershman Leeson inspira ciclo de cinema na Feira do Livro do Porto 2020

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A Feira do Livro do Porto 2020 apresenta um ciclo de cinema que se forja a partir da obra de Lynn Hershman Leeson, a primeira artista e cineasta feminina que modelou a representação cinematográfica a partir da relação entre as pessoas e a tecnologia, nomeadamente na relação com os meios de comunicação.  A próxima sessão do ciclo decorre no domingo, com a exibição de "Strange Culture".

O Ciclo Lynn Hershman Leeson, programado por Guilherme Blanc, diretor de Arte Contemporânea e Cinema na empresa municipal Ágora, conta com a exibição de cinco filmes de uma antologia da obra da artista e cineasta americana, no Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett (BMAG).

Com entrada livre, mas limitado à lotação máxima de 95 lugares para o auditório da BMAG, o ciclo de cinema da Feira do Livro do Porto prossegue no próximo domingo, dia 6, com a exibição de "Strange Culture". No dia 8 de setembro (quarta-feira), será a vez de "Teknolust", e o ciclo conclui com a película "! Revolução da arte feminina (! WAR)", no dia 13. Isto depois de ter estreado com "Commercials for NY hotel rooms / Seduction of a Cyborg / Vertighost / Shadow stalker" e "Conceiving Ada".

Todas as sessões iniciam às 21,30 horas, mas o levantamento do bilhete deve ser realizado uma hora e meia antes do início das atividades, no Balcão de Informações da Biblioteca. A entrega é limitada a dois bilhetes por pessoa.

Veja aqui toda a informação disponível sobre a programação da Feira do Livro 2020.

Quem é Lynn Hershman Leeson

Lynn Hershman Leeson promove a sensibilização sobre temas como identidade e consumismo, privacidade e controlo, ser humano versus máquina, misturando atmosferas do mundo real e virtual. O seu trabalho cobre um período de mais de 40 anos, apresentando performance, imagem em movimento, desenho, colagem, trabalho baseado em texto, intervenções site-specific e tecnologias digitais.

Hershman é pioneira na combinação de meios de comunicação social com formas inovadoras de arte, tendo sido a primeira artista a lançar uma peça interativa com recurso a Videodisc, um precursor do DVD (Lorna, 1983-84), e também a primeira a incorporar um ecrã tátil no seu trabalho artístico (Deep Contact, 1984-1989).

O seu trabalho está exposto no Museu de Arte Moderna, no William Lehmbruck Museum, no ZKM (Zentrum fur Kunst und Medientechnologie), no Los Angeles County Museum of Art, na National Gallery of Canada, di Rosa, the Walker Art Center e na University Art Museum, em Berkeley. Paralelamente, as obras com a sua assinatura são apresentadas em coleções particulares.

Entre as suas particularidades, Leeson criou uma persona, assumindo a identidade de "Roberta Breitmore", de 1974 a 1978. O fato mais surpreendente sobre esse alter-ego é o compromisso total em ser essa persona, que incluía uma autotransformação física com recurso a maquilhagem, roupas e perucas, e com personalidade jurídica completa, com carta de condução e cartão de crédito e mesmo cartas do seu psiquiatra.