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Linha Rosa do Metro é um bom começo para futura ligação a Matosinhos Sul

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O presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, Jorge Delgado, e o representante da Câmara do Porto na empresa, Gonçalo Gonçalves, estiveram hoje na reunião de executivo, convidados por Rui Moreira. Os gestores explicaram o processo de decisão de construção das novas linhas recentemente anunciada e os planos futuros para alargar o sistema na cidade do Porto, nomeadamente a Matosinhos Sul, via Campo Alegre.
A futura "Linha Ocidental", projectada para atravessar o Campo Alegre em direcção a Matosinhos e que, nesta fase, ainda não será construída foi um dos temas debatidos.
Os administradores da Metro e o executivo explicaram que essa linha custaria mais de 400 milhões de euros, quando estavam disponíveis apenas 290 milhões, maioritariamente financiados pelo Plano Junkers.
Contudo, foi explicado que a linha que ligará a Casa da Música a São Bento, e cuja construção foi anunciada na passada semana, abre a porta a construção da futura linha do Campo Alegre, uma vez que resolve desde já a ligação à Baixa a partir da Praça da Galiza.
Foi também demonstrado que, apesar de não substituir a futura ligação a Matosinhos/Sul, a linha que começará a ser construída já servirá o pólo universitário do Campo Alegre. O trajeto pedonal entre a futura Estação da Galiza e a Faculdade de Letras, por exemplo, não demorará mais do que cinco minutos, contra, por exemplo, os 11 minutos que medeiam atualmente a estação do IPO da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, no Pólo da Asprela.

Segundo o estudo apresentado em reunião de Câmara, a estação da Galiza ficará também a 11 minutos da Faculdade de Arquitectura e a 13 da Faculdade de Ciências, atualmente, a 21 minutos, a pé, da Estação da Casa da Música.
Jorge Delgado, presidente da Metro, explicou também a inserção das futuras estações nas já existentes, na Casa da Música e em São Bento. Segundo informou, embora a obra implique a construção de novos cais subterrâneos, não será necessário vir à superfície para fazer a ligação com as linhas existentes.
A linha que será construída no Porto até 2021 ligará a Casa da Música a São Bento, tendo duas estações de permeio, na Praça da Galiza e junto ao Hospital de Santo António, tendo uma procura estimada acima dos 20 mil passageiros por dia, custando 181 milhões de euros. Simultaneamente, será construída a extensão da linha Amarela, em Gaia, passando no Hospital de Gaia (Monte da Virgem) e terminando em Vila d'Este, estando o custo estimado em 106 milhões de euros. Esta linha terá uma procura de cerca de cinco mil passageiros por dia.

Jorge Delgado explicou ainda que a Metro do Porto lançará muito brevemente o procedimento para a elaboração dos projectos e que se prevêem cerca de três anos de obra, após o concurso pública. Assim sendo, as novas linhas deverão ser inauguradas em 2021.
A última decisão de construção de linhas da rede de Metro do Porto datava de 2005, na altura estendendo a linha do Dragão a Gondomar.
Em 2016, o Governo anunciou que teria disponível cerca de 500 milhões de euros para investimento em rede de Metro em Lisboa e no Porto, ficando garantido que o Porto teria um rácio de investimento superior ao da capital, o que viria a acontecer.
Embora afirmando que "sabe a pouco", a oposição, tanto PSD como CDU, mostraram-se agradadas com a decisão de investimento. Manuel Pizarro, do PS, lembrou que, apesar de tudo, desta vez, por cada euro investido em Lisboa, serão investidos 1,5 euros no Porto e que "também não devemos esquecer que nas últimas duas décadas a rede de Metro do Porto foi a uma das que mais obra teve em toda a Europa".
Rui Moreira agradeceu ao Ministro do Ambiente por ter andado bem nesta matéria, mas elogiou também os autarcas da Área Metropolitana do Porto, por terem entendido e votado de forma unânime estas decisões. Em particular, o presidente da Câmara do Porto referiu-se ao presidente da Câmara de Gondomar, "por ter votado favoravelmente estas soluções, mesmo que elas não tenham, nesta fase, incluído Gondomar".

Finamente, Rui Moreira agradeceu à administração da Metro do Porto o extraordinário trabalho feito em tempo recorde e por se terem disposto a fazer a apresentação na reunião de executivo desta manhã.