Cultura

João Ribas é o novo diretor do Museu de Serralves

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Filipa Brito

O curador João Ribas é o novo diretor do Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves, tendo sido selecionado por concurso internacional, anunciou hoje o Conselho de Administração de Serralves. O até agora diretor adjunto do museu foi escolhido por unanimidade. 

Esta nomeação representou, para o curador, a realização de um "sonho de menino". Como disse aos jornalistas, é "um sonho de muitos meninos, muitos adultos, muitos adolescentes. O próprio Museu já passou da sua adolescência e, por isso, já está pronto" para entrar num novo ciclo, com uma nova direção, dando continuidade aos padrões de excelência.

Escolhido entre cerca de dez candidatos na fase final do concurso internacional, João Ribas foi contando que os "grandes eventos, como Serralves em Festa e a Festa de Outono, são para continuar", com o objetivo de "aproximar as pessoas da cultura e da arte contemporânea". "Queremos continuar com essa vertente, faz parte da nossa missão" - declarou.

Questionado sobre o risco do discurso de continuidade no contexto da arte contemporânea, em que novas expressões e roturas se impõem, o novo diretor realçou que a tónica está na manutenção do "excelente programa que foi construído com a antiga direção". É nesse sentido que "vamos dar continuidade a esse programa e à missão da Fundação e aos seus objetivos. Claro que vai haver alterações no sentido da programação. É um novo ciclo. Mas há aqui um padrão que queremos seguir em termos de excelência, em termos do contexto internacional e de projeção, e isso será pensado e trabalhado", afirmou.

No futuro do Museu de Arte Contemporânea de Serralves deseja-se, assim, continuar a privilegiar a relação entre atualidade e a vida das pessoas, passando-a para a arte. Como defende João Ribas, o museu "reflete sempre a relação das nossas vidas emocionais, pessoais, políticas, com a ideia da dimensão pública da cultura, que está na base da criação desta Fundação".

O Conselho de Administração da Fundação de Serralves realçou, na conferência de imprensa, o "excelente percurso" de João Ribas. E congratulou-se pelo novo diretor, escolhido por unanimidade e em concurso internacional, ser uma "pessoa da casa" e um "português".

"É muito importante ser um português que teve uma relevantíssima carreira internacional. Saiu de Portugal muito novo, praticamente viveu toda a vida fora de Portugal" e regressou ao país "depois de uma carreira muitíssimo distinguida nos Estados Unidos, com muitos prémios ganhos, com um papel muito relevante desempenhado. Voltou há quatro anos" e tem a "enorme vantagem de conhecer Serralves". Ou seja, está "totalmente preparado para assumir o futuro", sublinhou Ana Pinho, presidente do Conselho de Administração de Serralves.

João Ribas, 38 anos, nasceu em Braga e viveu desde a infância nos EUA, onde encetou uma carreira de curadoria em instituições como o The Drawing Center, em Nova Iorque, e o centro de artes visuais do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, MIT List Arts Center, de onde partiu para assumir o cargo de adjunto da anterior diretora do Museu de Serralves, Susanne Cotter, por convite desta.

Trabalhou no PS 1, instituição afiliada ao Museu de Arte Contemporânea de Nova Iorque (MoMA), com Carolyn Christov-Bakargiev, historiadora de arte e curadora norte-americana, que dirigiu a Documenta 13, em Kassel, na Alemanha (2012).

Foi distinguido, nos Estados Unidos, em quatro anos consecutivos, pela delegação da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA), pela melhor exposição (2008-11). Recebeu também o prémio Emily Hall Tremaine (2010).

O seu currículo inclui exposições de artistas como Chris Marker, Nairy Baghramian, Akram Zaatari, Joachim Koester, The Otolith Group, Frances Stark, Stan VanderBeek, Manon de Boer, Unica Zurn e Ree Morton.

Publicou artigos em publicações e revistas especializadas como a Artforum, ArtReview, Mousse, Afterall, The Exhibitionist, Artnews e Art in America.