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Hospital de Santo António assinala 250 anos com anúncio de limpeza profunda da fachada

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Volvidos 250 anos desde o lançamento da primeira pedra do Hospital de Santo António, a Santa Casa da Misericórdia do Porto vai investir meio milhão de euros na limpeza da sua fachada e conta com o apoio do Município entre os mecenas. O anúncio formal da empreitada foi feito esta manhã, durante a cerimónia das comemorações, que contou com a presença de várias instituições e individualidades da cidade, entre as quais Rui Moreira.

A Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP) prepara-se para investir 500 mil euros na intervenção da fachada do Hospital de Santo António, classificado Monumento Nacional desde 1910. Para a obra, conta com o mecenato da Câmara do Porto, assegurado por Rui Moreira à instituição desde a primeira hora.

Na sessão solene desta quarta-feira, conduzida pelo presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário do Porto, Paulo Barbosa, o presidente da Câmara do Porto reforçou esse desiderato, dirigindo-se ao provedor da SCMP, António Tavares.

Para o provedor, que agradeceu o apoio do Município e de outros parceiros, será possível "limpar a fachada e devolver o esplendor daquele edifício. Dizer que ele está ali, que é uma instituição da cidade, que foi feito por gente da cidade e que é um hospital da cidade", assinalou, citado pela agência Lusa.

Projetado pelo arquiteto inglês John Carr, o edifício tem atualmente a fachada bastante enegrecida, e na sua já longa história de vida, nunca tinha sido sujeito a um processo de limpeza exterior de fundo, o que vai acontecer agora, estimando o responsável que o Hospital de Santo António ressurja de cara lavada em 2021.

A intervenção levada a cabo pela centenária Cooperativa dos Pedreiros do Porto - associação responsável por projetar também o edifício da Câmara Municipal do Porto, o Palácio dos Correios e o Monumento dos Heróis da Guerra Peninsular, na Rotunda da Boavista - terá a duração aproximada de um ano e vai devolver a tonalidade original ao hospital de referência do Norte do país.

Organizada pela Misericórdia do Porto e pelo Centro Hospitalar Universitário do Porto, a cerimónia das comemorações dos 250 anos sobre o lançamento da primeira pedra, envolveu uma sessão solene e um concerto da Banda Sinfónica Portuguesa, nos jardins do edifício, em homenagem aos profissionais de saúde que se encontram na linha da frente ao combate da COVID-19.

O emblemático hospital da cidade, que começou a ser construído nos anos de 1770, foi inaugurado em 1824 numa obra encomendada pela Santa Casa da Misericórdia, proprietária desde a sua fundação.

Após o trabalho de limpeza concluído, a fachada do hospital vais ser iluminada à noite, para que seja possível apreciar melhor a magnitude do edifício desenhado pelo influente arquiteto inglês, que enviou os planos para o Porto e nunca terá visto a obra presencialmente.

Com uma arquitetura inspirada nos hospitais ingleses da época, o edifício com 250 anos de história, soma já guerras, revoluções e pandemias na propriedade da Santa Casa, que é curadora do seu espólio artístico e cultural, mesmo depois de no 25 de Abril o Estado Português ter assumido a sua gestão.

O inventário do hospital contempla 1.020 peças, que vão desde a pintura, à escultura, artes decorativas e ainda mobiliário e cerâmica, que se encontram depositados em exposição no edifício.