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Germano Silva recebe título Doutor Honoris Causa da Universidade do Porto

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A Universidade do Porto atribuiu hoje, em cerimónia oficial, o título de Doutor Honoris Causa a Germano Silva, reconhecendo no jornalista e historiador autodidata uma "figura incontornável da cidade".

"Setenta e picos anos depois, o rapaz magro que andava de solipas e de calças remendadas é hoje um senhor circunspecto, de cabelos ralos há muito embranquecidos, que está na vossa frente e acaba de receber o grau de Doutor Honoris Causa", disse Germano Silva, no discurso de agradecimento.

Na cerimónia, além do reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, estiveram também, entre outras personalidades, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, o cardeal Patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, padrinho do doutorando, e Luís Miguel Duarte, que proferiu o elogio a Germano Silva.

Foi lida uma mensagem do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de reconhecimento da trajetória pessoal do homenageado, feita "com persistência e dedicação à cidade do Porto e aos seus concidadãos". "Ao longo de décadas, Germano Silva exerceu de forma notável a curiosidade e o interesse pelo local onde viveu, trabalhou e conviveu, e pelas histórias que esses lugares encerram", sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.

Nos agradecimentos, Germano Silva lembrou a família e os camaradas de trabalho, muitos deles ligados ao Jornal de Notícias, onde iniciou "uma caminhada que ainda está para durar". "Ao longo destes mais de sessenta anos de jornalismo ouvi muito mais gente de quem bebi muitos e proveitosos ensinamentos", disse, lembrando outros jornais e revistas por onde passou.

A sua obra está espelhada nos 18 livros publicados, um conjunto de trabalhos com que popularizou o saber sobre os locais, história e tradições da cidade do Porto.

Germano Silva foi distinguido pelas câmaras municipais do Porto (2005) e de Penafiel, de onde é natural, (2007), com as medalhas de mérito de ouro.

A homenagem será ainda hoje assinalada, às 15,30 horas, no Pátio das Nações do Palácio da Bolsa, com uma conferência dedicada aos historiadores da cidade.

A "homenagem à memória do Porto" é igualmente assinalada com a exposição "O Porto no coração", na Casa do Infante.