Cultura

Fórum do Futuro vai refletir sobre o impacto da Antiguidade na cultura e sociedade contemporâneas

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Mais de 50 convidados de 17 países confluem para o Porto, entre 4 e 10 de novembro, para participar no Fórum do Futuro. Abrindo com o artista libanês Ali Cherri e a ativista russa Nadya Tolonnikova, líder das Pussy Riot, o Município lança o debate e provoca a reflexão sobre o impacto da Antiguidade Clássica na cultura e sociedade contemporâneas, ao longo de sete dias de participação gratuita.

"Ágora Club" foi o tema escolhido para a 5.ª edição do festival de pensamento, que toma assim o berço da civilização ocidental como ponto de partida e mergulhará numa semana de "debates e discussão de ideias e questões relevantes para pensarmos o nosso tempo e a atualidade", segundo apontou o presidente da Câmara do Porto.

Na apresentação do evento, em conferência de imprensa realizada hoje no Rivoli, Rui Moreira destacou ser esta também uma oportunidade especial para "a cidade se confrontar com nomes fundamentais do pensamento contemporâneo e descobrir alguns discursos que vão marcando a produção do conhecimento atual".

Aquele teatro volta a ser, aliás, a ágora do Fórum do Futuro, assumindo-se "como lugar de encontro e de novos entendimentos" entre artes, ciências sociais e humanas "e não só", como vincou Rui Moreira, dando conta dos múltiplos contributos de diferentes latitudes com que o evento conta e que farão o seu lastro, da literatura à política, da arquitetura à astronomia, da filosofia às artes visuais, levando-nos a olhar além da Europa e do Ocidente.

Desde logo, o número de convidados evidencia um aumento significativo e passa dos 43 de 10 países registados em 2017 para os 52 de 17 países (sem contar com bailarinos e performers envolvidos nos diferentes momentos). Esse crescimento tem correspondência no orçamento do Fórum do Futuro, que sobe de 195 000 para 225 000 euros, refletindo a aposta reforçada da Câmara do Porto em "provocar e levantar dúvidas", nas palavras de Guilherme Blanc, adjunto de Rui Moreira para a Cultura.

Mas, se o Fórum do Futuro é uma organização da Câmara do Porto, Rui Moreira declarou que é também "um 'statement' [declaração] político da cidade", que vem conquistando alcance internacional, debruçando-se sobre temas atuais mas abrangentes e alargando a sua rede, tanto em termos de participantes como no tocante a parceiros. Nessa perspetiva, aos já habituais Rivoli, Teatro Nacional São João, Casa da Música, Serralves e mala voadora, juntam-se agora também o Ateneu Comercial do Porto, o Palácio da Bolsa, o Palácio do Bolhão e o Cinema Trindade.

Por outro lado, esta edição do Fórum do Futuro adota para ícone a imagem do "Discóbulo" de Míron, mas em vez do disco segura um tablet, estabelecendo a ponte temporal e levando a focar no "tempo enquanto veículo de saber". De resto, alicerçados em questões como a memória, o corpo, o mito e a liberdade, os setes dias do fórum darão atenção ao modo como a organização rítmica do tempo dá origem à transformação dos cânones de produção do saber na arte, na ciência e cultura.

A prioridade será, assim, levantar questões: Terá o estudo cíclico da Antiguidade definido um modelo insubstituível de desenvolvimento histórico-cultural? Poderemos falar de antiguidades globais, cujo conhecimento científico, legal e filosófico permanece em desacordo com o cânone clássico? Por que motivo não consegue a Humanidade libertar-se do mito para explicar e compreender o mundo?

A busca de respostas, entre 4 e 10 de novembro, é de entrada gratuita mediante o levantamento de bilhete no dia e no local da sessão, no máximo de dois por pessoa.

Conheça a programação detalhada e saiba mais informações, aqui.