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Fórum do Futuro vai da arquitetura ao fim da humanidade passando pela identidade de género

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O arquiteto Sou Fujimoto com o curador e artista Justin Jaeckle, a  trangénero/genderqueer Mykki Blanco e a bióloga ambiental Elizabeth Hadly com o investigador Sobrinho Simões preenchem o programa do Fórum do Futuro de segunda-feira.

O festival de pensamento, que hoje tem início com Richard Sennett no Rivoli, prossegue na segunda-feira com mais três propostas de nível internacional e interesse global.

A partir das 16 horas, o Grande Auditório Manoel de Oliveira abre-se ao arquiteto japonês Sou Fujimoto que, numa conversa com tradução simultânea e moderada por Justin Jaeckle, explicará por que considera que uma nova forma de habitar trará consigo uma nova forma de viver.

Sob o tema "Futuro Primitivo: arquitetura entre o natural e o artificial", o que é considerado um dos arquitetos mais influentes da sua geração vai defender que a arquitetura deve comportar-se como uma paisagem.

Para Sou Fujimoto, uma cidade pode ser uma floresta, um bloco habitacional pode ser uma árvore e uma biblioteca pode ser uma gruta. Ora, por forma a recuperar uma relação mais intuitiva entre o corpo e o espaço, é necessário encontrar um ponto de equilíbrio entre os aparentes opostos (natural/artificial, arquitetura/paisagem, interior/exterior), ao que Fujimoto chama o "futuro primitivo".

Mikky Blanco

Ao final da tarde, pelas 19 horas, o Fórum do Futuro vai até ao Palácio do Bolhão, onde Mykki Blanco conta "Uma história de 'gender & sexual politics': da performance ao hip-hop", com moderação pelo artista e curador Stanley Schtinter.

Escritora, ativista e performer, Mykki Blanco (nascida Michael David) contará o seu percurso e como se assumiu transgénero/genderqueer na sua vida privada e no campo artístico, criando música e poesia punk conceptual, que viriam a ser as bases da sua prática como performer. Explicará ainda de que modo as ferramentas digitais foram determinantes para o seu sucesso e falará sobre a discriminação que experienciou como artista abertamente transgénero e seropositivo, abordando igualmente questões raciais e de transfobia.

A humanidade caminha para o abismo?

Essa questão está subjacente ao diálogo que Elizabeth Hadly, catedrática de Biologia Ambiental na Stanford University, vai manter com o médico e investigador Manuel Sobrinho Simões, no Rivoli. Com início às 21,30 horas, "Ponto de viragem para o planeta Terra" encerra, desde logo, um aviso: estamos condenados à extinção.

Contudo, sendo um importante alarme, não é uma fatalidade, pois Elizabeth Hadly considera que o rumo pode ser mudado. Mas adverte que a Humanidade tem pouco mais de 20 anos para o fazer.

Elizabeth Hadly é coautora de um documento que procura traduzir a evidência científica de que o ser humano representa hoje uma poderosa força geológica com um enorme poder de destruição. O documento vai, porém, mais longe e inclui várias medidas que poderão salvar o Planeta, alertando a classe política mundial de que é necessário agir agora, já!

Barack Obama recebeu o documento e parece tê-lo tido em conta, a avaliar por algumas das medidas que tomou. O que acontecerá nos próximos tempos com Donald Trump na presidência dos Estados Unidos?

+Info: A entrada nos eventos do Fórum do Futuro, que decorre até ao próximo dia 11 e que pode conhecer detalhadamente aqui, é livre mediante levantamento de bilhete (máximo de dois por pessoa).