Cultura

Filipa César e Dora García conduzem sessões públicas dos Colectivos Pláka

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O curso de reflexão em arte contemporânea dos Colectivos Pláka "The Time(s) of The Contemporaneity 2: Descolonizando a Cultura", que teve início ontem à tarde, promove várias sessões públicas até ao próximo sábado, dia 13, no Clube Fenianos Portuenses.

Depois de Françoise Vergès e Kader Attia nos dois primeiros dias do curso, com as palestras "Estranho Fruto: A Banana como Metodologia Descolonial e Curadoria de uma Prática Descolonial" e "Sanando Feridas", as propostas constam agora de uma nova palestra e uma conversa entre duas artistas.

A partir das 18,30 horas de sexta-feira dia 12, com entrada livre, Filipa César, Emanuel Lopes e Marinho de Pina conduzem a sessão pública "Tchon Tchoma: sobre a restituição", no Clube Fenianos Portuenses.

Filipa César é uma artista e cineasta que trabalha sobre os aspetos ficcionais do documentário e nas políticas e poéticas inerentes às tecnologias das imagens em movimiento; desde 2008, tem dedicado a sua pesquisa às origens do cinema na Guiné-Bissau, digitalizando filmes de arquivo e devolvendo-os ao país de origen. Emanuel Lopes é membro fundador do coletivo Cadjigue, associação cultural que visa promover a valorização da cultura material e imaterial Bijagó; em colaboração com Marinho Pina e Filipa César, o coletivo está a preparar um filme para a sua participação na próxima Bienal de Lubumbashi. Marinho de Pina é arquiteto, escritor e um "verbómano inveterado e contador de histórias".

A encerrar o curso, Dora García estará em conversa com Maria Trabulo, às 18 horas de sábado na Galeria Municipal do Porto, durante uma sessão de entrada livre que integra também o programa público da exposição "Desertado. Algo que aconteceu pode acontecer novamente".

O trabalho da artista espanhola baseia-se na interatividade e na performance, utilizando o espaço expositivo como uma plataforma para investigar a relação entre arte, público e lugar, onde explora a relação realidade versus ficção. A investigação atual de Dora García foca-se em Alexandra Kollontai (1872-1952), socialista revolucionária e integrante do governo soviético que propôs uma teoria da sexualidade revolucionária, estando a preparar um filme sobre a influência de Kollontai no Terceiro Mundo e nos movimentos feministas.

O curso "The Time(s) of The Contemporaneity 2: Descolonizando a Cultura" tem a tutoria da historiadora e crítica de arte Claire Bishop, colaboradora regular da Artforum e professora no Graduate Center da Universidade de Nova Iorque, e do filósofo, crítico de arte e diretor da Escola das Artes da Universidade Católica Nuno Crespo, que em 2018 programaram "The Time(s) of Contemporaneity".

Até ao final do ano, serão ainda apresentados os cursos "Práticas pós-nostálgicas", a decorrer entre 28 de setembro e 4 de outubro e coordenado pela investigadora e curadora Inês Moreira em colaboração com a curadora e teórica de arte Aneta Szylak; e "Love and garbage", entre 5 e 8 de dezembro, conduzido pelo coletivo multidisciplinar londrino Assemble, vencedor do Turner Prize 2015.

O programa completo pode ser consultado em www.plaka.porto.pt/pt/colectivos-plaka.