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Estudo revela crescimento significativo do comércio de rua no Porto desde 2014

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O comércio de rua no Porto goza hoje de uma enorme relevância, tendo vindo a registar, desde 2014, um crescimento muito significativo. Estes são alguns dos dados revelados na primeira edição do Marketbeat Porto, um estudo de mercado da Cushman & Wakefield, apresentado ontem, na Casa do Infante.

O setor do retalho tem registado um dinamismo crescente, sendo expectável que as obras de reabilitação do Mercado do Bolhão devam potenciar a procura de espaços nas ruas mais próximas.
As zonas tradicionais da cidade - Baixa, Clérigos e Boavista - concentram o maior volume da oferta, sendo que a Baixa e os Clérigos são as que contam com maior dinamismo, apontou a consultora imobiliária, acrescentando que, desde 2015 até hoje, são conhecidas 380 novas ocupações de retalho, com a cidade do Porto a captar mais de metade das operações e maioritariamente em comércio de rua.

Para Ricardo Valente, vereador da Câmara do Porto responsável pelo pelouro da Economia, Turismo e Comércio e pela Gestão de Fundos Comunitários, presente na sessão de lançamento, as políticas económicas e urbanísticas da cidade devem ter como objetivo torná-la uma cidade mais atrativa, mais coesa, mais dinâmica e mais sustentável.

No que diz respeito à atratividade, "o Porto deve reforçar o seu papel de centralidade e referência no âmbito da Área Metropolitana", de modo a dar "escala à afirmação internacional da cidade", elencou o responsável político.

Quanto ao desafio da coesão, Ricardo Valente defende que deve ser continuado "o esforço de redução das assimetrias territoriais e socias que perduram".

Além disso, a matriz cosmopolita enquanto cidade de acolhimento também deve ser reforçada, um Porto que "sempre se definiu nessa ambivalência entre o bairro e o mundo". "As atuais condições, favoráveis à afirmação internacional do Porto, devem contribuir para reforçar a sua vocação como cidade aberta, plural, disponível para a diferença e curiosa pela novidade".

No âmbito da sustentabilidade, o caminho de futuro, na visão do vereador, faz-se com uma aposta estratégica na densificação inteligente das áreas de expansão da cidade, de modo a criar condições para o sucesso dos desafios colocados, "ao mesmo tempo que defenda os valores ambientais, paisagísticos e patrimoniais do território".

O Marketbeat Porto inclui uma análise detalhada da atividade dos setores de escritórios, retalho, industrial, residencial e hoteleiro, bem como a atividade de investimento imobiliário no Porto.

A hotelaria é também uma área que regista forte procura de investidores na cidade e no Grande Porto que tem, neste momento e conhecidos, 22 novos projetos, com mais de dois mil quartos, com abertura prevista para 2022.

A Cushman & Wakefield destaca também, entre vários aspetos, o potencial de crescimento das áreas de escritórios e industrial. No primeiro caso, o estudo refere que o primeiro trimestre do ano de 2018 registou uma procura de escritórios de 30.000 m2, um valor igual ao de todo o ano de 2017. Ao nível industrial, a Área Metropolitana do Porto tem uma oferta da ordem dos 13 milhões de metros quadrados, superior à de Lisboa. Também apresenta oportunidades, nomeadamente ao nível da logística, dada a proximidade do Porto de Leixões e à existência de um cluster económico na região.

O futuro do mercado de reabilitação urbana no Grande Porto revela-se animador, a forte atividade irá manter-se e o alastramento a zonas menos centrais deve provocar um alargamento dos preços praticados.

+Info: Consulte o estudo completo aqui.