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Espetáculos e fórmula de sucesso na segurança, mobilidade e limpeza estão a postos para a maior passagem de ano no país

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Uma grande quantidade de serviços e entidades está envolvida na preparação da festa com que o Porto receberá o Ano Novo, cujos contornos foram hoje revelados no CGI - Centro de Gestão Integrada. Animação com segurança, mobilidade, limpeza e tolerância são os vetores-chave da Operação Passagem de Ano, "para que tudo seja, mais uma vez, uma grande noite".

As palavras são do presidente da Câmara, Rui Moreira, que, sem avançar estimativas, diz esperar "uma grande enchente" nos Aliados, na noite de 31 de dezembro para 1 de janeiro, à semelhança do que tem vindo a acontecer de forma crescente, por oposição ao que se passava há meia dúzia de anos. Como lembrou o autarca, em 2018 foram cerca de 200 mil pessoas que fizeram a festa na avenida ao longo de mais de quatro horas. Na ocasião, foram registadas apenas 61 ocorrências, todas elas ligeiras, sendo este um setor em que os números têm vindo sempre a diminuir.

"Temos um recinto cada vez mais seguro e apto a receber grande eventos", considera Rui Moreira, aludindo à Avenida dos Aliados e referindo também o conforto, a segurança, a limpeza e a higiene - "vamos ter 80 pessoas da área da limpeza a trabalhar em permanência" - como preocupações da operação que, mais uma vez, será controlada a partir do CGI e envolverá diversas entidades, incluindo PSP, Polícia Municipal, Sapadores Bombeiros, Proteção Civil, Mobilidade e Limpeza Urbana, entre outras.

Quatro concertos

Tudo isso acontece para que os portuenses e todos os que vêm passar de ano no Porto possam usufruir em pleno da programação gratuita que, aliás, começa já neste sábado com o primeiro dos quatro concertos previstos. Com início às 22 horas, trata-se do espetáculo de Marta Ren que tem como convidada a Orquestra Jazz de Matosinhos.

A animação, que no domingo volta a encher os Aliados mas com os atletas da Corrida de São Silvestre, prossegue novamente com a música na noite da passagem de ano. O músico Tiago Nacarato atua antes do fogo de artifício, que terá a duração de 16 minutos e será lançado do edifício da Câmara do Porto, cabendo a Miguel Araújo o primeiro concerto de 2020, logo aos primeiros 20 minutos do ano. E haverá ainda DJ set entre as 2 e as 4 da madrugada.

Entretanto, há palcos alternativos com DJ Set na Praça dos Poveiros e no Largo Amor de perdição, nas noites de 28, 29, 30 e 31. E o Concerto de Ano Novo, a partir das 16 horas do dia 1 nos Aliados, é uma celebração dupla pois a Banda Sinfónica Portuguesa estará a assinalar 2020 mas também o seu próprio 15.º aniversário.

Mobilidade e transportes

Por outro lado, a Operação Passagem de Ano que hoje foi apresentada contempla, como habitualmente, os esquemas de mobilidade que implicam condicionamentos de trânsito e visam permitir a circulação tão livre quanto possível das multidões esperadas. Por essa razão, há reforço e colaboração dos três operadores de transportes públicos em termos de horários e número de veículos: a STCP sobrepõe a Rede Noturna com a Rede da Madrugada; o Metro opera com veículos duplos; a CP pratica preços promocionais.

Além disso, volta a estar em vigor o acordo com os parques de estacionamento situados foram da zona de condicionamento (Casa da Música, Campo Alegre e Dragão, com validação de Andante; Campo 24 de Agosto, com tarifa especial).
Veja os detalhes para domingo e os da noite de fim de ano.

Daí que o Município e as autoridades policiais façam também apelos ao uso dos transportes públicos e à tolerância, assinalando que os "picos" de procura do transporte acontecem normalmente nos períodos imediatamente antes e imediatamente após o fogo de artifício, pelo que é prudente adquirir os títulos de transporte com antecedência.

Segurança

A expectativa de grande adesão por parte do público levanta preocupações no domínio da segurança, mas não pela vertente do terrorismo e sim pela da gestão de multidões, como fez questão de salientar o comandante da PSP Porto, superintendente-chefe Paulo Lucas.

Recorrendo a material próprio e ao cedido pela Polícia Municipal, que a Câmara tem vindo a reequipar, o dispositivo semelhante ao dos anos anteriores contempla blocos de betão nalguns locais e barreiras simples noutros. Não haverá revistas individuais sistemáticas, mas apenas aleatórias e/ou a indivíduos que tenham sido sinalizados segundo as análises de risco que forem sendo feitas a partir dos Serviços de Informação, do CGI ou dos agentes à paisana que estarão no terreno.

Por outro lado, se os comerciantes foram contactados no sentido de não venderem embalagens de vidro, Rui Moreira declarou que "não queremos impedir a tradicional celebração com espumante", ao contrário do que já aconteceu noutras cidades, pelo que os populares poderão levar consigo garrafas de vidro. Ainda assim, são advertidos para não as deixarem no chão e em risco de partir, devido ao perigo de ferimentos e à questão da limpeza urbana.

A Operação Passagem de Ano no Porto conjuga assim prevenção, operacionalidade e prática "libertária" de comportamentos, pois "queremos que todos possam divertir-se e depois regressar a casa em segurança", desejou Rui Moreira.

Aproveite e consulte a programação completa desta quadra festiva.