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Eis que as atenções dos investidores se viram para o Bonfim e Campanhã

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O Público Imobiliário refere-se hoje a Campanhã e Bonfim como as freguesias da cidade do Porto onde são oferecidas hoje as grandes oportunidades de investimento em reabilitação urbana para espaços industriais e escritórios. A zona, recentemente delimitada pela Câmara do Porto como beneficiando de incentivos à reabilitação e que tem já acabado um plano de investimentos de 75 milhões de euros para os próximos 10 anos, está a chamar a atenção dos investidores nacionais e internacionais.

Recorde-se que é em Campanhã que a Câmara do Porto vai construir o Terminal Intermodal, prometido desde 2003 e que, finalmente, sairá do papel. O concurso público de ideias já terminou e segue agora a execução do projeto vencedor.

Também o projeto do Matadouro está presentes a ver lançado o concurso que tornará possível a execução da ideia anunciada por Rui Moreira na última Trienal de Milão.

Segundo noticia hoje o suplemento imobiliário do Público, a zona oriental do Porto, englobando as freguesias de Bonfim e Campanhã, oferece grandes oportunidades de investimento na reabilitação de espaços industriais antigos para o reforço da oferta de escritórios de qualidade alta na cidade.

A publicação cita ainda os dados do estudo referente ao mercado de escritórios do Porto, orientado pelas consultoras Predibisa e Cushman Wakefield, que certifica que apenas 13% da oferta existente no Grande Porto pertence a investidores institucionais.

Verifica-se a existência de grandes oportunidades "na zona oriental", muito por força dos "esforços da autarquia em dinamizar a zona", afirmaram Marta Esteves Costa, da CW, e Graça Ribeiro da Cunha, da Predibisa. É de esperar "a consolidação do segmento, com o aumento da procura internacional" na área metropolitana do Porto, pelo que "o crescimento da oferta em quantidade e qualidade, muito por via da reabilitação, deve arrancar em breve".

Dentro de alguns anos, estimam, "este mercado deverá estar mais profissionalizado", sendo capaz de "atrair investimento mais institucional, que deve trazer ao mercado o capital necessário para a manutenção do ciclo imobiliário". Em paralelo, "o mercado escritórios terá um forte papel na consolidação do investimento externo no Grande Porto". 

MOMENTO ÚNICO

No arranque da apresentação, Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, sublinhou que "o mercado de escritórios do Porto estagnou desde 2006", tendo o preço dos escritórios chegado aos 187 euros/m2/ano. Já em 2016 foram analisados na cidade 175 projetos de investimento de novas empresas, dos quais 42 estão em fase de negociação e implementação.

Reiterando que a zona oriental do Porto, composta por armazéns e indústrias desocupadas "que dariam reabilitações fenomenais", Rui Moreira nomeou os projetos do matadouro de Campanhã e do terminal multimodal de Campanhã, este "já concluído", como exemplos dos esforços de dinamização daquela unidade de reabilitação do Porto.

Por sua vez, Eric van Leuwven, responsável da CW, afirmou que "o Porto vive um momento único da sua história, com a procura a crescer e a falta de escritórios a verificar-se". E se a "oferta é maior do que se pensava, em termos de qualidade deixa a desejar", com apenas 10% dos escritórios considerados de qualidade alta.

No mesmo estudo, é possível aferir que o Porto concentra a maioria da oferta dos concelhos analisados, com 55% do total, num stock de 800 mil m2 repartidos por mais de 200 edifícios. No Grande Porto, a oferta total é de 1,5 milhões de m2 de área bruta locável.

Predominam edifícios de pequena e média dimensão, sendo a zona oriental a que tem a dimensão média mais elevada, seguindo-se a Boavista. Na cidade, as rendas prime estão no CBD Boavista, entre 12 e 14 euros/m2/mês, seguindo-se a zona empresarial do Porto, com rendas entre 10 e 12 euros m2/mês, e a Baixa, com valores médios entre 8 e 11 euros m2/mês.