Cultura

Dos Guindais à Ponte Luís I com passagem pela Ribeira, não há São João como este!

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A noite mais longa do ano na cidade do Porto já começou e o São João todos convida, inclusive o S. Pedro que veio de véspera dar "o ar de sua graça". Mas hoje o dia entardeceu quente e mais quente se tornou com o calor humano que se sente em cada rua ou esquina, quer seja nos Guindais ou na Ribeira, por onde já passou o presidente da Câmara, entre o tradicional cumprimento ao autarca de Gaia no meio da Ponte Luís I.

Sem o sol à espreita, mas com a bênção de São Pedro, a noite de São João de Rui Moreira começou como há seis anos invariavelmente começa: a descer as Escadas dos Guindais entre marteladas, as selfies da praxe, beijinhos e abraços efusivos, e com o cheiro das brasas das sardinhas a embalar o ar.

"Não é São João se...?", pedia para completar a frase uma repórter de televisão. "Sem vir ao Guindalense Futebol Clube beber uma sangria", resposta na ponta da língua do autarca, que faz questão de fazer nesta coletividade ponto de passagem obrigatório no arranque das festividades.

A comprová-lo, momentos antes uma jovem abeirava-se de Rui Moreira para dizer-lhe que há cinco anos tinha tirado "uma selfie com o Presidente" no mesmo lugar. Motivo suficiente para novo registo fotográfico, com sorrisos novamente rasgados.

Mas Rui Barros, presidente da Direção do Guindalense Futebol Clube, achou por bem neste São João "dar mais alguma coisa" a Rui Moreira. E a escolha pendeu para uma quadra sanjoanina, escrita num pin em formato de manjerico, que colocou no casaco do autarca.

"O Porto está na moda

O Guindalense também

Todo o mundo por lá passa

Do melhor que o Porto tem"

Envergando este dizer, o presidente da Câmara do Porto, vereadores da sua equipa, staff da Câmara Municipal, grupo a que pela primeira vez se juntou o comandante do Comando Metropolitano do Porto da PSP, Paulo Pereira Lucas, continuaram Guindais abaixo, coração da Invicta adentro.

Às 19,30 horas em ponto, Rui Moreira aguardava no meio do tabuleiro inferior da Ponte Luís I pelo presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, que logo chegou. Carregado de simbolismo, o encontro entre os dois concelhos, cada vez mais unidos e "com mais pontes" construídas entre as duas margens, não seria o mesmo sem o já tradicional brinde feito com um cálice de Vinho do Porto, que até foi dado a provar a quem de fora nos visita e se admirou por fazer parte do momento.

Feitas as despedidas, o autarca do Porto regressou à margem direita, onde atravessou a Ribeira, entre um mar de gente que emoldurava a beira-rio, quer fossem tripeiros "de gema" quer fossem "emprestados" ou até visitantes que nesta noite fazem questão de ser "um de nós".

Afinal, é este o espírito do São João no Porto: uma festa que a todos proporciona um sentimento único de pertença e onde todos, independentemente da geografia de origem, se sentem em casa, por que vivida com intensidade entre bailaricos, concertos e - para os que têm mais "pedalada" - da Ribeira até à Foz.

Mas antes de pôr pés ao caminho ou dar mais uns "pezinhos de dança", à meia noite o fogo de artifício sobre o Rio Douro promete pôr os narizes de milhares de pessoas apontados para os céus. Faltam duas escassas horas.