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D. Quixote e Sancho Pança chegam ao Teatro do Bolhão

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O Teatro do Bolhão estreia na próxima sexta-feira "A vida do grande D. Quixote de La Mancha e do gordo Sancho Pança", numa encenação de Kuniaki Ida para a peça escrita em 1733 pelo dramaturgo António José da Silva ("O Judeu").

Neste espetáculo, ilusão e realidade confundem-se num universo delirante e cómico, o idealismo não é só uma forma de escapismo, mas também a capacidade de ver outra realidade, utópica, e deixar-nos perder, divertir e maravilhar com D. Quixote e Sancho Pança.

Dom Quixote é uma referência da dramaturgia nacional, que conheceu já numerosas adaptações e representações a partir da inicial, levada à cena em 1942 pela Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro.

A base essencial é a obra "Dom Quixote de la Mancha", escrita pelo espanhol Miguel de Cervantes, cujo título e ortografia originais eram "El ingenioso hidalgo Don Quixote de La Mancha" e teve a primeira edição publicada em Madrid no ano de 1605.

Com "A vida do grande D. Quixote de La Mancha e do gordo Sancho Pança", António José da Silva narra as aventuras deste cavaleiro que transforma constantemente o real: imagina guerreiros, imagina batalhas, imagina uma amada... Sempre acompanhado pelo seu escudeiro e companheiro Sancho Pança, segue em aventuras que ele próprio inventa, apagando os limites entre o real e o imaginado e questionando a nossa capacidade de ver para além do que estabelecemos como normal.

O novo espetáculo, que estará em cena no Auditório do Palácio do Bolhão entre 26 de outubro e 25 de novembro, tem como protagonistas Paulo Calatré e António Capelo nos papéis de D. Quixote e de Sancho Pança, respetivamente, e faz levantar desde logo as questões:

- Porque continua a fascinar-nos incessantemente esta personagem mítica criada por Cervantes há mais de 400 anos, que tornaria "Dom Quixote de la Mancha" a obra mais editada em todo mundo depois da Bíblia?

- Que podemos procurar hoje neste herói ingénuo e sonhador, a partir do qual se criou o termo quixotesco para designar aquele que é nobre mas desligado da realidade ou que trabalha em defesa de causas que julga justas, sem consegui-lo?

- Porque nos inquieta a versão de António José da Silva que acrescenta ao original de Cervantes uma cena com uma Justiça vesga e inapta, porventura a mesma que acabaria por matá-lo numa fogueira da inquisição?

Mais informações, aqui.