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Cultura em Expansão reforça a ação cultural associativa da cidade

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Mais programação, mais frequência e mais ligação ao associativismo sobressaem da edição de 2019 do Cultura em Expansão, que foi hoje apresentado no Auditório do Grupo Musical de Miragaia.

Esse local, o Auditório da Junta de Campanhã e a Associação da Pasteleira Torres Vermelhas verão ao longo do ano a sua atividade cultural potenciada com a regularidade e a densidade destas propostas, assumindo o papel de pequenos centros culturais da cidade, como apontaram o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e o seu Adjunto para a Cultura, Guilherme Blanc, tendo em conta que ali estará concentrada grande parte da programação.

Recordando que este programa municipal de acesso gratuito começou em 2014 com apenas três atividades, Rui Moreira considerou "muito impressionante" chegar-se a 2019 e apresentar 46 projetos que darão origem a 64 sessões. O que, de resto, segue o crescimento registado recentemente: 18 projetos e 42 sessões conquistaram 4 mil espectadores em 2017; 22 projetos e 51 sessões chegaram a 8 mil pessoas no ano passado.

"Este era um caminho necessário, mas sabíamos que havíamos de chegar aqui e isso é também resultado da adesão do público", sublinhou Rui Moreira, admitindo que "daqui a uns anos estejamos a falar de cinco centros culturais ou mais?".

O Cultura em Expansão continua, assim, a chegar aos locais mais diversos da cidade, envolvendo uma grande componente de coesão social. Aliás, a apresentação contou também com o vereador Fernando Paulo, do pelouro da Habitação e Coesão Social, e o presidente da Fundação Manuel António da Mota e representante da Mota-Engil, Rui Pedroto, que renovou o apoio mecenático ao programa.

Densidade programática quinzenal

Com um orçamento praticamente igual ao de 2018 (passa de 280 mil euros para 300 mil euros), o Cultura em Expansão assume assim um novo paradigma e estrutura-se numa matriz tripartida com os referidos polos em Campanhã, Miragaia e Pasteleira, mas mantém também uma programação satélite espalhada por toda a cidade.

A abertura, nos dias 22, 23 e 24 de março - com Trabalhadores do Comércio, António Capelo e Camané - marcará mesmo "o início de um novo Cultura em Expansão, porque não nos conformamos com modelos estáticos", disse o presidente da Câmara. É que, se "o acesso dos cidadãos à cultura, em toda a sua variedade e extensão, é a missão que continuamente tem movido" este projeto municipal, Rui Moreira explicou que o Cultura em Expansão está diferente porque também "a cidade está diferente e as pessoas são hoje mais exigentes do que quando chegámos".

O calendário vai prolongar-se até dezembro com periodicidade quinzenal e uma "densidade programática" que Guilherme Blanc explicou resultar de vários desafios. Um deles foi o da "revisitação do modelo de gestão" do programa, que passa a privilegiar o trabalho com as três estruturas parceiras deste ano: Confederação, Teatro do Frio e Visões Úteis.

Por outro lado, será também aprofundada cada vez mais a relação com o tecido associativo local e, nesse sentido, os participantes têm de fazer adaptações dramatúrgicas àqueles espaços, o que é também desafiante.

Alguns deles estiveram também presentes na sessão para revelarem um pouco sobre o que será o seu contributo, como foi o caso do ator António Capelo, que revisitará poemas importantes da sua carreira "numa espécie de tertúlia" em que evidenciará que "a poesia pode ser uma arma"; do diretor do TEP, Gonçalo Amorim, que tem preparado um projeto especialmente para o público infanto-juvenil ("Manda os teus pais passear"); da atriz Emília Silvestre (Ensemble), que apresentará um trabalho a partir de "Orlando, de Virgínia Wolf; Igor Gandra (Teatro de Ferro), que no ano passado apresentou a Objetoteca e traz em 2019 a segunda parte d' "A revolta dos objetos" com "Uma conferência animada"; da atriz e encenadora Sara Barros Leitão, que apresentará "Todos os dias me sujo de coisas eternas", um trabalho criado especificamente para o Cultura em Expansão e assente na toponímia da cidade do Porto; de Hugo Cruz e o ColetivA Ocupação, que lançarão um apelo a repensar a escola na "Alexandre Herculano", no âmbito do encontro MEXE.

A nova edição do Cultura em Expansão apresenta ainda muito mais novidades e eventos de continuidade, incluindo o Cinema Insuflável por toda a cidade e o Espírito do Lugar com que a Circolando levará o público a explorar o Quartel de Monte Pedral, cuja posse a Câmara do Porto acaba de recuperar.

Concertos de Manuel João Vieira ou Samuel Úria, dança com Joana Providência ou espetáculos para crianças com Cláudia Gaiolas, entre muito mais, farão o restante ano do programa, que encerrará novamente de forma tripartida, em dezembro, com Beatriz Batarda, Manel Cruz e Ivo Canelas.

Consulte a programação completa, AQUI.