Educação

Crianças e jovens vieram à Câmara expor as suas preocupações e desejos

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A manhã desta quarta-feira foi diferente para um grupo de nove alunos das escolas públicas do Porto. Em representação de vários níveis de ensino, desde o jardim infantil ao ensino superior, o grupo veio conhecer diferentes espaços do edifício dos Paços do Concelho, seguindo depois para uma "reunião de trabalho" com os vereadores Fernando Paulo e Pedro Baganha, em representação do Executivo municipal.

O Santiago, com cinco anos, foi o primeiro a pedir a palavra e a dar conta da sua preocupação em relação a dois parques infantis da cidade. Mas há medida que a idade aumentava (desde os 5 até aos 18 anos), a profundidade das preocupações também, sendo abordadas temáticas muito variadas. Limpeza, racionamento de água, ciclovias, uso de carros elétricos, mobiliário urbano, turismo, obras nos bairros sociais ou grafitis estiveram na lista das considerações do grupo. Após a ronda dedicada a falar dos aspetos mais genéricos da cidade, cada um dos intervenientes teve tempo para expor questões mais próximas da sua realidade diária, sendo que a maioria optou por apontar algumas alterações que gostaria de ver efetuadas na sua escola, como um campo de jogos de maior dimensão, mais espaços relvados ou presença de mais auxiliares.

Uma das estudantes mais velhas, a Vitória, atualmente a frequentar o primeiro ano do curso de Economia na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, manifestou o desejo de ser introduzida uma disciplina no currículo escolar dedicada à Política, pois considera que a maioria dos jovens que chegam aos 18 anos e são chamados a votar "não sabem o que fazer, para que serve ou em quem votar". 

O vereador responsável pelos pelouros da Habitação e Coesão Social e da Educação, Fernando Paulo, mostrou-se surpreendido pelas questões oportunas e tão diversificadas que o grupo apresentou. "Acho que deram um grande exemplo de cidadania e mostraram aos adultos que as crianças e os jovens são de facto cidadãos e sabem aquilo que querem, se calhar, com um sentido muito mais justo e muito mais atento", disse no final da sessão.

"As questões que aqui trouxeram foram muito diversificadas e muito oportunas e eu senti-me, a determinado momento, como se estivesse numa reunião do Executivo ou numa Assembleia Municipal, porque o nível e qualidade das intervenções foi muito elevado".

Também Pedro Baganha, vereador com o pelouro do Urbanismo e do Espaço Público e Património, ficou impressionado com o nível de "profundidade" com que foram abordadas certas temáticas, algumas das quais questões políticas que estão na ordem do dia.

"Surpreendeu-me a profundidade de algumas questões levantadas e a forma atenta como muitas das crianças e jovens estão em relação aos problemas da cidade", afirmou, considerando que iniciativas como esta são importantes para ambos os lados:
"para as crianças perceberem que as esferas de poder não estão assim tão distantes e para que o próprio Executivo continue a manter o contacto com as diversas populações que vivem na cidade".

O encontro enquadrou-se nas comemorações do Dia Universal dos Direitos das Crianças e do 28.º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança (ambos assinalados a 20 de novembro) e na adesão do Município ao programa "Cidade Amiga das Crianças" (em 2016), relançado pelo Comité Português para a UNICEF com o propósito de promover a aplicação dos direitos das crianças nas vilas e cidades portuguesas e cujo plano de ação local está a ser elaborado. A participar nestas iniciativas estiveram crianças dos agrupamentos de escolas Aurélia de Sousa, Eugénio de Andrade, Clara de Resende, Garcia de Orta e Rodrigues de Freitas.