Educação

Crianças e jovens do Porto debatem os seus direitos

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No dia em encerra o mês de sensibilização para os maus-tratos na infância, foi a crianças e jovens que se deu voz no Porto. Em sessão realizada esta tarde nos Paços do Concelho, perto de 70 alunos dos quatro níveis do ensino obrigatório, de várias escolas da cidade, expuseram as suas preocupações e deixaram sugestões em matéria de prevenção e proteção dos Direitos da Criança. A iniciativa, que revelou um trabalho interinstitucional, enquadrou-se no programa municipal Porto Cidade Amiga das Crianças.

Após ter chamado centenas de crianças aos Aliados, onde formaram um laço azul contra os maus-tratos na infância, a Câmara do Porto quis com este debate estimular a formação de "jovens participativos, intervenientes, que exerçam a sua cidadania sobre as questões que os afetam no dia-a-dia" - explica o vereador da Educação, Fernando Paulo. E o facto é que os participantes "tiveram a oportunidade de expressar a sua opinião sobre os problemas que os afetam, nas comunidades em que residem, no seio familiar ou nas escolas".

Iniciativas como esta "tornam os jovens, no futuro, em adultos mais conscientes dos seus direitos e deveres", realçou também no final do encontro a presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens. Rosário Farmhouse considerou, de resto, que a sessão - "muito bem preparada" - veio encerrar "com chave de ouro" o Mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância, precisamente por deixar falar os mais novos.

O debate desta tarde resultou de ações de capacitação dinamizadas pelas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo da Cidade do Porto, junto da comunidade educativa e técnica, sobre a prevenção e o impacto dos maus-tratos na sociedade. Estas ações decorreram de uma parceria entre o Município, a Associação O Meu Lugar no Mundo, a Rede Inducar, a Associação de Ludotecas do Porto, o Agrupamento de Escolas Manoel de Oliveira e a Escola Secundária Filipa de Vilhena.

Como explicou Fernando Paulo, esta "mobilização interinstitucional" é um dos eixos do Porto Cidade Amiga das Crianças, no âmbito do qual está a ser concretizado um plano de ação, feito de boas práticas, capaz de "envolver todos os cidadãos, em especial crianças e jovens".

Com este programa, a Câmara do Porto associa-se à UNICEF, responsável pela atribuição aos municípios do selo Cidade Amiga das Crianças.

Da sessão de hoje ficou um bom exemplo. "O que se passou aqui foi francamente positivo. Os jovens trouxeram aqui o seu olhar, as suas preocupações, mas também os seus contributos". Mais do que "meros espectadores", mostraram que podem ser "também os protagonistas da mudança que querem nas suas comunidades". Nesse sentido, "é importante dar-lhes voz para dizerem o que sentem sobre a sua cidade e o que gostariam de ver mudado", concluiu o vereador.

O encontro contou com a presença de vários atores da comunidade educativa alargada, desde elementos de ONG a forças de segurança, bem como com a participação de Francisca Magano, representante do Comité Português para a UNICEF no programa Cidade Amiga das Crianças.