Cultura

Conversa de artistas leva Ana Kun e Maria Trabulo à Galeria Municipal do Porto

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Miguel Nogueira

Uma conversa entre Ana Kun e Maria Trabulo abre o programa público e educativo da exposição "Desertado. Algo que aconteceu pode acontecer novamente", onde se cruzam trabalhos das duas artistas. O evento está marcado para as 17 horas do próximo sábado, 15 de junho, na Galeria Municipal do Porto, e tem acesso livre.

Com base na investigação efetuada por Maria Trabulo em Teerão, Kun foi convidada a intervir criando uma obra que será melhor desvendada nesta sessão. A investigação incidiu sobre uma coleção de arte não acessível ao público, através de entrevistas e conversas com participantes a quem foi pedido um exercício de memória em torno da coleção, e serviu como ponto de partida para o projeto expositivo.

A obra de Ana Kun - que tem estado a ser desenvolvida ao longo desta semana nas escadas que sobem até ao Piso 1 da Galeria Municipal, funcionando como uma espécie de antecâmara do projeto expositivo - acompanha assim o trabalho de Maria Trabulo e procura responder à pesquisa efetuada em Teerão com os vários participantes.

Na mesma tarde, às 18 horas, é exibido o documentário "Statues of Tehran", de Bahman Kiarostami. O cineasta procura questionar a utilidade dos monumentos na cidade de Teerão, "uma megametrópole pós-moderna e ideologicamente sobrecarregada, acometida pelo esquecimento", reconstruindo a história de duas importante esculturas públicas: a primeira, encomendada pela família real ao escultor Bahman Mohassess nos anos 70, e a segunda, de Iraj Esskandari, instalada na Praça da Revolução como um tributo à Revolução Islâmica.

Todas as atividades do Programa Público e Educativo da Galeria Municipal do Porto podem ser consultados AQUI.

"Desertado. Algo que aconteceu pode acontecer novamente" foi desenvolvido por Maria Trabulo em colaboração com a curadora Pieternel Vermoortel, diretora artística da Netwerk Aalst e diretora do programa de curadoria FormContent, e integra obras de diversos artistas e atividades como debates, exibições de filmes e uma performance. Com este formato multidisciplinar, a exposição propõe debater o lugar que ocupam a arte e os artistas na participação social e política, convidando simultaneamente o público a participar e pensar estas questões.

A exposição tem entrada livre e pode ser visitada de terça-feira a sábado, entre as 10 e as 18 horas, e ao domingo entre as 14 e as 16 horas, até 18 de agosto.