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Começam as obras de reabilitação do Bairro do Falcão em Campanhã

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O presidente da Câmara do Porto reuniu-se ontem com os moradores do Bairro do Falcão, em Campanhã, para apresentar o projeto de reabilitação deste complexo de habitação social construído nas décadas de 70/80. O programa de obras vai realizar-se de forma faseada, com a primeira intervenção, um investimento superior a 425 mil euros, a contemplar o Bloco 5. Até 2018, estarão reabilitados os 15 edifícios do bairro.


Reabilitação de fachadas e
cobertura - com isolamento térmico e acústico, designadamente através da
colocação de vidros duplos -, instalação de coletores de energia solar, para
aquecimento de águas, e aplicação de sistemas de exaustão e ventilação são
melhorias integradas a realizar no Bloco 5. A empreitada abrange ainda as zonas
comuns do edifício, com isolamento em vidro do núcleo de escadas, para proteção
das intempéries, e instalação de estruturas
de gás, água e eletricidade, entre outros benefícios.


Os trabalhos no Bloco 5 têm um
prazo de execução de 180 dias. A regeneração do Bairro do Falcão prossegue, já
em junho, com o início de intervenções similares nos Blocos 1 e 2 e Blocos 7 e
9. Em setembro prevê-se o arranque das obras nos Blocos 3, 4, 6 e 8. A última
fase, ainda em projeto, tem início previsto para março de 2018 e contempla os
Blocos 10 a 15.




De acordo com o arquiteto
responsável pelo projeto, Paulo Galapez, o processo de reabilitação do Bairro do
Falcão - o "envelope" de cada bloco e demais trabalhos incluídos - toma em
consideração a traça da arquitetura original, que "importa preservar. Este é um dos bairros mais
significativos do Porto, representativo de uma época, da mão do arquiteto Rui Paixão". Como frisou, tem "um valor
plástico consagrado que deve ser recuperado".


 


Recuperação dos espaços exteriores dos
bairros sociais não está esquecida


Na apresentação do projeto, uma
sessão amplamente participada, o presidente da Câmara esclareceu os
moradores sobre o cronograma de atuação, sensibilizando para uma realidade de
obras que pode causar algum transtorno, mas absolutamente necessária para devolver dignidade
ao Bairro e melhorar as condições da sua comunidade.


Rui Moreira aproveitou a ocasião
para explicar que a intervenção na envolvente exterior não está esquecida, mas
que só poderá ser realizada após a reabilitação dos edifícios. Esta é, aliás,
uma preocupação comum aos bairros sociais da cidade, construídos à luz de uma
realidade "completamente diferente" da que hoje existe, conforme expôs. À época
da sua construção, por exemplo, "poucas pessoas tinham automóvel. Desde logo, há aqui uma obrigatoriedade
nossa de adaptar os bairros ao novo tempo."


Outra questão, prosseguiu, tem a ver com o facto de ao longo dos
anos alguns dos moradores, sobretudo as que vivem no rés-do-chão, se terem
apropriado, "com a melhor das intenções, de alguns espaços vizinhos à sua
habitação". "Temos que reabilitar esses espaços que são comuns para servirem a
comunidade e terem um efeito ambiental organizado", esclareceu o presidente,
frisando que está em projeto dotar os bairros do Porto de espaços exteriores
que se coadunem "com aquilo que hoje em dia as pessoas precisam e que faz
sentido".