Sociedade

Câmara testa projeto-piloto Casa Partilhada em três freguesias da cidade

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É um projeto pioneiro que começa a ganhar forma com resultados positivos. As residências seniores partilhadas combatem a precariedade habitacional e o isolamento social e já estão implementadas em três freguesias do Porto: Bonfim, Campanhã e Ramalde. No parque habitacional das Fontainhas, no Bonfim, Rui Moreira foi conhecer um novo lar.

São duas senhoras na casa dos 80 anos que se tornaram amigas e são agora a família uma da outra. Anteriormente, viviam na Avenida Rodrigues de Freitas e na Travessa da Póvoa, mas os parcos recursos e as faltas de condições de habitabilidade das antigas moradas tiravam-lhes o sorriso do rosto.

Há poucos meses, por intermédio da Junta de Freguesia do Bonfim, que já acompanhava ambos os casos, foram identificadas como potenciais beneficiárias do projeto-piloto Casa Partilhada. Entre esta fase e o alojamento num apartamento T2 no Parque Habitacional das Fontainhas, o tempo foi curto.

Desenvolvido por três entidades parceiras - Câmara do Porto, através da empresa Domus Social, a Junta de Freguesia do Bonfim e a IPSS Senhor do Bonfim - o projeto vai mais além da simples atribuição de uma residência partilhada. Nesta equação, o papel da instituição de solidariedade social é fundamental, através da prestação do apoio domiciliário aos seniores, tanto no auxílio à limpeza da casa como no fornecimento de refeições.

Como ontem pôde comprovar o presidente da Câmara do Porto, que se fez acompanhar pelo vereador da Habitação e da Coesão Social, Fernando Paulo, por José Manuel Carvalho, presidente da Junta de Freguesia do Bonfim, e por Barbosa Pinto, vice-presidente da Domus Social, a virtuosidade do modelo suporta a sua continuidade.

Para Fernando Paulo é, por isso, muito plausível que o Casa Partilhada possa ser replicado noutras freguesias da cidade e até multiplicado nos três territórios onde já foi implementado. "Vamos fazer a avaliação com os outros dois projetos que estão a decorrer e, a partir daí, institucionalizar esta iniciativa que nos parece extremamente interessante. Estamos aqui a falar de uma freguesia que se empenhou, de uma IPSS que também se empenhou e que de facto mobilizou todos os recursos", elogiou.

Visivelmente satisfeitas com a solução encontrada, as moradoras destacaram "as boas vistas" do apartamento e o "lindo pôr-do-sol" que veem da janela. Apenas deram nota que seria melhor, na casa de banho, trocar a banheira por um polivan, de modo a facilitar a sua mobilidade.

"As senhoras vivem bem e têm um bom entendimento entre elas", referiu o vereador. Além do mais, "o que partia de um princípio temporário" passa a não o ser, porque "optam por viver conjuntamente". Como enuncia Fernando Paulo, a quebra da solidão e a partilha de recursos são as grandes vantagens do projeto. "Tendo reformas de baixo valor, conseguem dividir responsabilidades", remata.